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Judiciário e Ministério Público
Sábado - 24 de Setembro de 2022 às 07:54
Por: Pablo Rodrigo/Gazeta Digital

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O Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou a prorrogação por mais 4 meses do inquérito que investiga a juíza aposentada e senadora cassada Selma Rosane Arruda por falsidade ideológica na omissão de uma doação de R$ 1,5 milhão feita pelo seu primeiro suplente, o produtor rural Gilberto Possamai nas eleições de 2018.

“Compulsando os autos, observa-se que as investigações ainda estão em andamento, sendo evidente a necessidade de diligências a serem realizadas para formação da opinião delitiva, tornando-se pertinente a concessão de prazo para a conclusão das investigações relativas à infração penal eleitoral, pelo d. Delegado de Polícia”, disse o promotor de Justiça Arnaldo Justino em seu pedido.


A denúncia sobre o suposto novo crime eleitoral teria sido feita pelo terceiro colocado nas eleições ao Senado em 2018, Carlos Fávaro (PSD), que assumiu a vaga da ex-senadora após eleição suplementar de 2020. A versão oficial dá conta de que Possamai teria emprestado R$ 1,5 milhão à Selma para que ela utilizasse recursos próprios.

A defesa de Selma e do suplente anexaram, no processo de cassação, um contrato celebrado para oficializar o empréstimo. O problema é que, em pelo menos duas ocasiões, Possamai foi à imprensa afirmar que o contrato teria sido forjado por “imposição” dos advogados da então senadora. “[A cassação] foi por causa dos advogados de merreca lá, que disseram que tinha que dizer que o dinheiro foi emprestado. Porcaria, pode pegar e falar que o dinheiro foi de outra forma, pô, o dinheiro é meu”, afirmou o empresário em abril de 2019.

Em seguida, no dia 23 de abril de 2019, a própria Selma disse durante pronunciamento no Senado que o valor utilizado pertencia ao suplente e que seria uma forma de doação e não empréstimo. “Então, eu acabei sendo acusada, sr. presidente, de abuso de poder econômico, mesmo gastando dinheiro exclusivo do meu primeiro suplente, ou seja, autofinanciamento de campanha”, afirmou.

Selma foi cassada pelo TSE em dezembro de 2019 por usar R$ 1,5 milhão não declarado em campanha. Ela foi oficialmente afastada do cargo em 15 de abril de 2020.





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