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Internacional
Sexta - 20 de Julho de 2012 às 16:36

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O Conselho de Segurança da ONU votou nesta sexta-feira por unanimidade a favor da ampliação por um período final de 30 dias a missão de seus observadores na Síria (UNSMIS), para dar fôlego ao trabalho de mediação de Kofi Annan e seu plano de paz para o país árabe.

"Se a situação não mudar, a UNSMIS se retirará em 30 dias", afirmou no fim da votação o embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, que insistiu que com o tempo estará sendo dada à missão "uma oportunidade final para que complete seu mandato".

Os 15 países, sob a presidência rotativa do embaixador da Colômbia, Néstor Osorio, deram sinal verde para uma resolução apresentada por Reino Unido, França, Alemanha e Portugal, que dá esse prazo à UNSMIS e que leva em consideração "as implicações operacionais e a situação cada vez mais perigosa da Síria".

A unidade com a qual hoje decidiu o principal órgão internacional de segurança faltou na quinta-feira, quando Rússia e China exerceram seu duplo veto e rejeitaram outra resolução que contemplava a imposição de sanções econômicas e diplomáticas ao regime de Damasco e a renovação da missão por 45 dias.

"A resolução aprovada é equilibrada e se destina a todas as partes sírias. Se ontem tivesse havido esse consenso, a resolução teria sido aprovada. A de ontem era inaceitável", disse ao fim da reunião o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin.

Para a embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice, "a decisão tomada hoje permitirá à UNSMIS se retirar de maneira segura e ordenada".

Susan acrescentou que "no improvável caso da situação na região mudar, o governo suspender o uso de armamento pesado e o nível de violência se reduzir para que a UNSMIS opere com liberdade e termine seu mandato, estaremos preparados para revisar se a missão pode ou não continuar".

Essa mudança no cenário permitiria aos observadores militares desarmados implementar seu mandato e os pontos do plano de paz de Annan, que incluem o apoio à transição política, lembrou Rice.

O plano de paz de Annan, que entrou em vigor em 12 de abril mas é descumprido por parte de Damasco, estabelece o fim das hostilidades, a retirada dos tanques das cidades, a libertação dos presos de forma arbitrária e o início de um diálogo, entre outros pontos.

No documento aprovado, os 15 membros expressaram novamente sua preocupação pela situação de risco na qual se encontram os 300 observadores militares desarmados e a centena de civis deslocados na Síria.

"Pedimos às partes que garantam a segurança do pessoal da UNSMIS sem detrimento de sua liberdade de movimento e acesso, além de ressaltar que a responsabilidade principal nesse sentido recai sobre as autoridades sírias", diz a resolução aprovada.

"É uma decisão responsável e realista", opinou, por sua vez, o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig, que assim como seus colegas britânico e americano foi muito crítico com o duplo veto de Moscou e Pequim ontem.

Os países reiteraram que daqui a 30 dias a situação em Damasco precisa ter melhorado o suficiente para que a UNSMIS possa exercer seu mandato, caso contrário "se iniciará a retirada", assinalou o diplomata britânico.

No entanto, a reforçada repressão das forças do regime de Damasco contra opositores e população civil causou hoje, novamente, dezenas de mortes, embora o número ainda não tenha sido confirmado.

Enquanto a Comissão Geral da Revolução Síria afirmou que 64 pessoas faleceram, o Observatório Sírio de Direitos Humanos registrou 74 mortes e os Comitês de Coordenação Local falam em 145.

Desde que o regime do presidente Bashar al Assad iniciou a repressão e a violência contra os grupos de oposição e a população civil, em março de 2011, foram registradas mais de 15 mil mortes no país, assim como dezenas de milhares de refugiados nos vizinhos Líbano e Turquia, e mais de 1 milhão de retirantes dentro do país.





Fonte: EFE

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