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Agronegócios
Sexta - 03 de Janeiro de 2014 às 18:45

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A seca no nordeste do país causou uma quebra na safra da mandioca. Sem produção suficiente no local, as indústrias buscaram matéria-prima na região de São Carlos (SP). O resultado é que o preço disparou tanto para os empresários, quanto para os consumidores.



 
Para atender a procura, o produtor rural Adriano Pavão precisou aumentar a produção de 80 para 200 hectares de mandioca. No ano passado, ele vendia a tonelada por, no máximo, R$ 250. Neste ano passou para R$ 500.



 
“Ampliamos o plantio para ter mais disponibilidade para o ano que vem e aproveitar o momento. Em 30 anos, esse ano foi o que mais foi remunerada produção por causa da escassez no nordeste”, falou Pavão.



 
Tudo ocorreu porque a longa estiagem prejudicou a lavoura e a raiz da planta não desenvolveu. “Os compradores nordestinos passaram a vir buscar a raiz de mandioca ou a farinha num raio de dois mil quilômetros, sendo que é algo totalmente novo para o setor”, analisou o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Isaias Felipe.



 
Reflexos
Os reflexos, já chegaram ao mercado. A produção de uma fábrica de farinha de mandioca em Araras foi afetada. Há um ano eram moídas 45 toneladas por dia, mas agora são 15 toneladas. Isso porque está cada vez mais difícil encontrar matéria-prima. Com o aumento da procura, o preço quase dobrou.



 
“Não estamos encontrando mandioca para processar. O pouco que tem está muito cara e os fornecedores estão segurando um pouco. Antigamente a gente pagava, no máximo, R$ 340 a tonelada. Hoje, devido à seca do nordeste e à baixa produtividade dos fornecedores, a gente está pagando até R$ 530 a tonelada”, relatou o empresário Tiago Sanfelice



 
A fábrica da região até recebeu encomendas de distribuidoras do nordeste, mas não vai conseguir atender aos pedidos. “Se eu tivesse matéria-prima hoje, eu conseguiria vender tanto no nordeste, quanto no mercado interno. Hoje eu não consigo mais”, falou o empresário Armando Sanfelice.



 
O dono não teve como segurar o preço. “A gente vendia em torno de R$ 1,50 o quilo, hoje está R$ 2,50 o quilo em saco, a granel”, comentou Armando.



 
Comércio
O repasse já é sentido nos supermercados. Em um deles, por exemplo, o quilo da farinha de mandioca chega a custar quase R$ 6 reais. “Eu percebi que ela subiu bastante, acho entre 20% e 25%”, observou o contador Orivaldo Gonçalves.


 
Alguns consumidores decidiram abrir mão do alimento. “Eu já nem compro mais, só farofinha e farinha de milho mesmo”, falou a dona de casa Eunice de Oliveira. “A gente usa outra coisa como farinha de pão para passar no bife, por exemplo, ffazer uma farofa o pão torrado também serve e sai bem mais barato”, ensinou a aposentada Nair Sabadimi.


 
Outros, conseguiram encontrar um jeito de economizar. “Quando está muito barata, a gente põe mais coisa com farofa na mesa. Agora quando está mais cara, a gente tira a farofa e deixa só para as ocasiões mais especiais como num churrasco, numa festa. Do contrário, a gente não faz muito não”, revelou a autônoma Fabiana Saldanha.




Fonte: Do G1

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