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Segunda - 14 de Novembro de 2011 às 09:45

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O último dia da terceira viagem da Rota da Integração, que percorreu o trecho ainda não concluído da BR-158, começou amargo. Já na primeira cidade após a despedida de Alto da Boa vista, o governador Silval Barbosa (PMDB) ouviu críticas duras do prefeito de Serra Nova Dourada, Valdivino Carmo Candido (PMDB), o Nenenzão. Irritado com as promessas que não foram cumpridas, ele não se intimidou e soltou o verbo. "Hoje eu quero só cobrar", iniciou.

Os alvos do gestor foram, principalmente, os deputados Baiano Filho e federal Carlos Bezerra, ambos do PMDB. "Tem 25 anos que voto no Bezerra e, até hoje, ele não deu um litro de combustível para o município. Este aqui (Baiano) vem promete, promete e até agora não cumpriu", disparou.

As declarações de Nenenzão são referentes às obras para o abastecimento de água e recuperação de estradas, além da construção de casas populares. "Daí o prefeito que passa por mentiroso e não se reelege", disparou. O discurso inusitado chegou a arrancar algumas risadas do público, mas logo todos perceberam que ele falava sério. "O Baiano veio aqui, eu mesmo pedi um monte de votos para ele e agora ele nem olha na minha cara. Cumprimenta de longe", alfinetou. "O Bezerra nem aqui esteve. Voltou para casa do meio do caminho porque sabia que ia ouvir", disse Nenenzão.

Até mesmo o convênio de R$ 206 mil para pavimentação urbana o prefeito chegou a recusar. Segundo ele, o município não teria condições de arcar com a despesa da obra. Todo o recurso era destinado à compra do material necessário. "Eu prefiro devolver o dinheiro do que meter a cara numa coisa que eu sei que não vou conseguir fazer", argumentou.

Coube ao presidente da Assembleia, deputado José Riva (PSD), a dura missão de se pronunciar depois das reclamações. Veterano na política e municipalista, ele parabenizou a coragem de Nenenzão. "Os deputados não vêm aqui para ouvir elogios. São as reclamações que fazem a gente ter uma ideia real do que está acontecendo na cidade", afirmou.

Saia-justa

Silval, por sua vez, se disse feliz satisfeito com o discurso, que classificou de “desabafo” do prefeito. "Para mim é bom, porque posso ter uma noção de como anda a estrutura do Estado", atenuou. O governador se comprometeu a conversar com o secretário de Cidades, Nico Baracat, para que seja determinada a implantação de ao menos um cano de abastecimento na cidade. "Se é isso que o senhor quer, a gente vai resolver", garantiu.

Visivelmente chateado com a situação, Silval também resolveu reclamar da falta de iniciativa de alguns gestores municipais. A resposta foi direcionada às reclamações de Nenenzão sobre a situação das pontes do município.

"Se o governo não liberou o dinheiro, vai lá e prega umas pranchas na ponte. Se tivesse feito isso antes, talvez não estaria no estágio que está hoje", rebateu. Sobre o convênio assinado com o município na solenidade, o governador autorizou que duas emendas destinadas à cidade sejam utilizadas no financiamento da obra. "Se o objeto for o mesmo, está autorizado a utilizar todo o dinheiro numa obra só", concluiu Silval.






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