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Politica MT
Quarta - 09 de Novembro de 2011 às 07:11

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O senador Jayme Campos (DEM-MT), em discurso na tribuna do Senado Federal na terça-feira (08), fez duras críticas ao uso eleitoreiro dos programas das bolsas de auxílio do governo federal e considerou ‘extremamente preocupante’ os dados de uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em que o Executivo admite que mais da metade dos jovens brasileiros entre 16 e 29 anos não trabalha.

Segundo o senador, os dados foram publicados na terceira edição do Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda. Para Jayme Campos, apesar de ser uma pesquisa oficial, o levantamento não foi ‘suficientemente’ divulgado. Os dados revelam que, dos mais de 46 milhões de pessoas entre 16 e 29 anos no país, 55% apenas estudam e estão fora do mercado de trabalho.

Durante o discurso, Jayme Campos criticou a proliferação desenfreada das bolsas de auxílio e, segundo disse, elas criaram enorme número de pessoas ociosas. “Lamentavelmente, isso vem estimulando uma espécie de acomodação, na qual a inclusão social se faz de maneira artificial e eleitoreira, totalmente equivocada, baseada em políticas compensatórias, do nosso ponto de vista errôneas e oportunistas, que têm levado nossa juventude ralo abaixo”, disparou o senador.

O parlamentar acusou o governo federal de ‘promover e cultivar’ a falsa ideia de um país plural e igualitário, com chances para todos. “O governo manipula as classes menos favorecidas, ao igualar por baixo, ao premiar a mediocridade e ao distribuir pão e circo para calar as massas”, criticou Jayme.

Previdência – Jayme Campos questionou como fica a situação da Previdência Social, indagando onde ela vai parar, “se mais da metade da força produtiva da nação simplesmente não trabalha”. Segundo Jayme, citando estudo da empresa de Recursos Humanos, Manpower, não é por falta de ofertas de trabalho. “Cinquenta e sete por cento dos empregadores têm dificuldade para preencher as vagas oferecidas. Conforme recentemente divulgou a TV Globo, as vagas de motorista, operário, secretária, assistente administrativo, representante de vendas, mecânico e os técnicos estão em falta”, afirmou.

Para Jayme Campos, no Brasil de hoje, “na cabeça de muitos dos tutelados pelas bolsas do Governo, trabalhar não compensa. Como vamos fazer para fechar as contas da Previdência?”, questionou.

Jayme fez referência ainda à divulgação pela Organização das Nações Unidas (ONU) dos novos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), considerado o melhor método de avaliação das condições econômicas e sociais das nações. “Em uma escala de zero a um, o Brasil subiu acanhadamente de 0,715 para 0,718. Estes três centésimos, somente, estão longe do desempenho que poderíamos ter apresentado”.

O senador Jayme comparou o Brasil com os EUA. “Nosso índice de desenvolvimento humano equivale ao dos Estados Unidos há 40 anos ou da França e da Itália no começo dos anos 80. Ainda estamos atrás de países instáveis politicamente como a Líbia e o Líbano”. E continuou com as comparações: “Na Educação, por exemplo, nossa média é equivalente à do Zimbábue, país que ocupa o lugar número 173 no ranking da ONU. Nosso índice de alfabetização de adultos pior do que o da Bolívia e de escolarização de universidades está abaixo do Paraguai”, enfatizou.

No discurso, Jayme Campos afirmou que o governo ‘presta um desserviço’ e conclamou os pares a se preocuparem com o futuro dos jovens. “Ou acordamos agora, ou pode ser tarde demais. O progresso se produz pela geração de riqueza e pela erradicação da pobreza. Porém, bem pior do que a indesejável pobreza material é a pobreza de espírito; a pobreza moral que lamentavelmente vem assolando nossa pátria, enganando seu povo e sequestrando o talento de sua outrora promissora juventude”, discursou o senador Jayme Campos.






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