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Cidades/Geral
Terça - 01 de Novembro de 2011 às 19:21

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Reconhecida como capital do agronegócio, a região produtora da Ponte de Pedra, em Rondonópolis (215 km de Cuiabá), foi abandonada pelo Estado e a MT-471 jaz em buracos e atoleiros causando prejuízos aos produtores rurais, assentados de programas de reforma agrária, trabalhadores e alunos da Escola Municipal Rural Fazenda Carimã que precisam se deslocar das fazendas da região para a cidade.

Nos últimos anos o local foi esquecido e, recentemente foi realizada uma ação de emergência a qual foi custeada as despesas pelos produtores da região, afora o que não houve mais nenhuma obra de manutenção da rodovia, que sequer possui asfalto. A região da Ponte de Pedra é conhecida como anel da soja de Rondonópolis - iniciando na BR-163 até a MT-040 - mas a contrapartida do poder público não é proporcional à riqueza gerada.

Estimativa dos produtores locais é de que as fazendas da região, juntas, são responsáveis pelo escoamento anual de 300 mil sacas de semente de soja, 132 mil toneladas de soja em grão, 96 mil toneladas de milho, 600 toneladas de feijão, 1,4 mil arrobas de algodão, 1,3 milhão de arrobas de boi e 220 mil arrobas de suínos. São milhares empregos gerados de forma direta e aproximadamente R$ 290 milhões de divisas geradas por ano, refletindo na arrecadação de impostos.

Deixados a própria sorte, os produtores rurais tem gasto do próprio bolso a manutenção da estrada e pago alto o custo da falta de logística. “Se o Estado não quer manter a rodovia em condições de trafegabilidade, então devolva o recurso do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação) gerado em nossa região para que possamos manter a rodovia”, propôs um dos produtores locais.

Em março deste ano, a empresa Salles Agropecuária S/A  sofreu o prejuízo de R$ 11 mil com o tombamento do carregamento de suínos que seguia para abate no frigorífico. Quarenta suínos morreram. Como o acidente foi pela tarde, os animais só foram socorridos no outro dia pela manhã. Foi utilizada uma retro escavadeira para tirar os bichos da lama. Com o estresse sofrido, os animais voltaram para fazenda até sete quilos mais magros do que saíram. Cada quilo do suíno faz diferença ao produtor, já que os frigoríficos pagam R$ 2,35 pelo quilo do animal, conforme informou o produtor rural,  Luiz Salles.

Salles estima que os custos com frete sejam 20% mais caros devido às más condições da estrada. Na época da seca as carretas atolam na areia e no período chuvoso a situação é ainda pior com atoleiros, que deixam até veículos traçados emperrados no meio do lamaçal.

O gerente administrativo da Agropastoril Jotabasso, Tages Martinelli, comentou que já procurou a Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana (Setpu) no início do ano para pedir intervenção do Estado no local. Durante o governo itinerante em Rondonópolis em 19 de agosto, ele entregou ofício ao governador Silval Barbosa pedindo relatando a situação em que se encontram os produtores, mas até hoje não foram atendidos.

“Não estamos pedindo sequer o asfaltamento da rodovia, mas que o Estado levante a estrada, promova o cascalhamento e a contenção das águas. Depois disso, duas manutenções por ano, no início e depois das chuvas seriam suficientes para atender nossa demanda para escoamento da safra”, argumentou Martinelli.

Além das fazendas produtoras de soja, milho, algodão, suinocultura e pecuária, a MT-471 é porta de entrada para Assentamento Carimã, Vale Encantado 1 e 2 (projetos do Banco da Terra), aldeia Bororo e fazendas do Pantanal como Santa Edvirges, Taiamã, Brigadeiro, Esperança, Santa Lúcia, Acuri, Pindaival, entre outras. O gado pantaneiro passa pela estrada para seguir aos frigoríficos.

“Não sabemos como está a realidade dos demais trechos da estrada. A nossa realidade é de 55 km de péssimas condições de trafegabilidade. São 30 km da MT-471 e 25 km da MT-040”, informou Tages Martinelli.






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