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Cidades/Geral
Segunda - 03 de Outubro de 2011 às 12:54
Por: Agência de Comunicação Popular

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E o Projeto “Pixaim: Trançando ideias na escola” segue sua trajetória pelos estabelecimentos públicos de ensino, levando oficinas de leitura do livro “Cabelo Ruim?” e workshops de tranças afro. Na última sexta (30), foi a vez dos professores da escola municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro Novo Colorado, receberem a oficina de leitura, que foi ministrada pela autora, Neusa Baptista.

Ao todo, 30 professores e funcionários da escola participaram da atividade, que foi inserida no espaço Roda de Conversas, que é voltado à formação dos educadores. A atividade atingiu professores que trabalham da Educação Infantil ao terceiro ano do Ensino Fundamental, incluindo professores de educação física.

Tudo começou com a contação da história do livro, que foi feita  por uma das professoras da escola, com a qual todos acompanharam a leitura pelas páginas do livro. Em seguida, os professores responderam a um questionário sobre o livro, analisando sua estrutura e o conteúdo da obra, além de elaborar uma atividade pedagógica com base no material.  O debate girou em torno das manifestações de discriminação racial no ambiente escolar e em outras situações, como na seleção de emprego, onde a “boa aparência” muitas vezes exclui quem é negro. Embora tenha havido divergência sobre a existência ou não da discriminação racial baseada na aparência, concordou-se que  as manifestações preconceituosas são muito presentes na escola.

Segundo Neusa Baptista, o objetivo é que algumas das atividades elaboradas pelos educadores sejam inseridas como anexo no livro numa futura republicação e inserido no blog do livro (www.livrocabeloruim.blogspot.com). “É uma ideia que espero que se realize. Será uma forma de estimular os professores a abordar este tema utilizando a Literatura como base”, observou Neusa. Na Escola Nossa Senhora Aparecida, este será um estímulo para se pensar atividades para a semana da consciência negra, em novembro. No dia 17 de novembro, Neusa Baptista retornará à escola para fazer atividades de leitura, desta vez com alunos, e também realizará oficina de tranças afro, com a trançaceira Diela Tamba, que é natural de Guiné Bissau, na África, e contará para as crianças um pouco da história das tranças africanas.

Os professores que participam do projeto também estão respondendo a uma pesquisa sobre o tema. “A Literatura chega com mais facilidade ao intelecto da criança, é muito mais simples de trabalhar. Quem está lendo se identifica com o personagem. Esta proposta é muito relevante e vem de encontro à nossa proposta de fomentar mais as atividades voltadas à questão étnico racial, pois a implementação da lei 10.639/03 está acontecendo de forma paulatina, este tipo de atividade não é rotina na escola”, opinou a coordenadora da escola, Juliethe Aparecida Miranda.

Com 870 alunos com idades de 6 a 10 anos e os matriculados no programa de Educação e Jovens e Adultos (EJA), a escola atende à população de baixa renda, dos bairros Novo Colorado, Ribeirão do Lipa, Novo Tempo, Parque Amperco, Residencial Sucuri e Santa Rosa II. “O tema é super interessante, pois tem a ver com a realidade. Essa discussão ajuda a gente até a entender e lidar melhor com as situações de racismo que observamos na escola”, comentou a técnica em multimeios didáticos, Cadma Irene Freitas.

A professora Laura Degasperi, responsável pela turma de Alfabetização, considera importante tratar do tema preconceito, não só o racial, mas de qualquer tipo. “A todo momento, lidamos com situações de preconceito e lidamos com isso tratando os temas de acordo com que eles surgem. É importante discutir não só o racismo, mas qualquer tipo de preconceito”. Para a educadora Ana Márcia Oliveira, que também alfabetiza, a Literatura precisa ser mais utilizada como ferramenta para a mudança de conceitos, o que é atrativo para as crianças. “O preconceito é algo que está muito arraigado no ser humano.  Criança gosta de história e por meio do lúdico, pode-se trabalhar melhor com a formação e a mudança de conceitos”.

A ação é patrocinada pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) do Ministério da Cultura por meio do edital Microprojetos da Amazônia Legal, e conta com o apoio do CTAD (Centro Terapêutico de Atenção Diária), da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Mato Grosso.






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