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Agronegócios
Quarta - 01 de Janeiro de 2014 às 08:39

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Crescendo desde o início dos anos 2000, a safra de grãos brasileira voltou a ser recorde em 2013. A estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é que ela fechará o ano em 186,8 milhões de toneladas.


 
A supercolheita teve reflexos nas exportações, especialmente de milho e soja. O milho se beneficiou novamente da quebra de safra nos Estados Unidos e deve encerrar o ano com venda de 25 milhões de toneladas. No caso da soja, as exportações devem ficar em 43 de milhões de toneladas contra a previsão inicial de 38 milhões. Os dois produtos ajudaram a absorver os danos causados à balança comercial pela queda na produção e vendas externas de petróleo este ano.


 
Segundo o presidente da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), José Augusto de Castro, o agronegócio foi nossa sorte e era uma receita que não estava prevista.


 
Castro destaca, no entanto, que a entidade estima que haverá queda no preço para algumas commodities em 2014, entre elas a soja e o milho. Para a soja em grão, a projeção é que o preço recue dos atuais US$ 540 por tonelada (cerca de R$ 1,2 mil) para US$ 490 (cerca de R$ 1,14 mil). Para o milho, a previsão de recuo é de US$ 197 (cerca de R$ 460,72) para US$ 180 (cerca de R$ 420,97) por tonelada.
 
De acordo com o presidente da AEB, o motivo para a variação do preço é que a produção agrícola tem sido grande nos últimos anos.


 
— O mundo está se acomodando. Sobram soja, cana [açúcar e etanol], café e milho. Você tem uma oferta superior à demanda.


 
Com a expectativa de queda de preços, o setor privado está apostando na retomada da produção de petróleo para alavancar a balança comercial no próximo ano.


 
O IBGE prevê ainda que a safra de grãos fique estagnada em 2014, embora em patamares elevados. De acordo com o levantamento mais recente do órgão, a colheita do ano que vem deve superar a de 2013 (186,8 milhões de toneladas) em apenas 63.363 toneladas. A estimativa difere da divulgada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que espera colheita de 195,9 milhões de toneladas. A Conab, no entanto, usa como referência o ano-safra 2013/2014, enquanto o IBGE trabalha com o ano civil 2014.


 
Apesar dos prognósticos, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, não acredita em desaquecimento das exportações do agronegócio.


 
Estamos com margem elevada, poderíamos até absorver [queda de preços]. Mas achamos que [o mercado] continuará aquecido no mínimo pelos próximos dois anos. Temos previsão para crescimento da população mundial até 2030, o que vai aumentar a demanda por alimentos.


 
Geller destaca que o Brasil possui áreas disponíveis para expandir a produção agrícola, atualmente em 60 milhões de hectares.


 
 Quem pode suprir essa demanda [por alimentos] é o Brasil.


 
O secretário atribui o aumento da produção desde o início dos anos 2000, quando estava na casa das 100 milhões de toneladas, à mecanização do setor agrícola e ao investimento em pesquisa, que aumentou a produtividade. Para ele, o crédito facilitado e a juros baixos concedido aos produtores rurais também contribuiu para a expansão. Geller reconhece, no entanto, que a infraestrutura de armazenamento e transporte ainda é um gargalo para as exportações agrícolas.


 
A logística não acompanhou a velocidade do aumento [da produção]. Mas o governo está fazendo todos os esforços. (Com Agência Brasil )





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