Subsede de Barra do Bugres denuncia retaliações à greve
A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) em Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá, recebeu ofício do prefeito, Wilson de Oliveira, solicitando a relação dos profissionais que estão em greve. O pedido também foi feito ao Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Barra do Bugres (Sispumbb), que também reivindica melhorias a várias categorias, justamente no dia de fechamento da folha de pagamento, hoje (20).
Segundo o presidente da subsede do Sintep/MT, João Bosco Fernandes, alguns trabalhadores da educação receberam ameaças. “Não é mera coincidência, e sim uma forma de intimidação à categoria, pois tal atitude só demonstra a intenção dele em cortar o salário daqueles que estão reivindicando os direitos”, protestou o sindicalista. Ele ressaltou ainda que a entidade não foi notificada sobre qualquer decisão judicial ou pedido de ilegalidade da greve. “Portanto, o prefeito está sendo autoritário e não tem embasamento para cortar os salários”.
Em greve desde o dia 1° de setembro, os profissionais da educação reivindicam a reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), além da implementação de um ‘piso possível" que se aproxime do piso salarial da rede estadual. Na quinta-feira (21), a subsede do Sintep/MT realiza assembleia geral, às 14h, na Câmara Municipal, para analisar quais os possíveis encaminhamentos. “Estamos fortalecidos na luta e precisamos intensificar ainda mais o movimento contra essas retaliações”, destacou João Bosco.
Manobra política - Além deste documento encaminhado pelo gestor, há outras informações e relatos de ameaças. A própria diretoria da subsede recebeu um ofício anterior a esse em que o prefeito afirma o corte de salário referente aos dias paralisados. “Também tem o transporte escolar da rede estadual, que está comprometido porque o prefeito determinou que todos os motoristas ficassem em casa, na tentativa de colocar a sociedade e esses trabalhadores contra o movimento, porque só dois deles estão em greve”, denunciou.
O presidente da subsede do Sintep/MT afirmou ainda que os grevistas estão abertos às negociações, inclusive realizando estudos para demonstrar a viabilidade de atendimento das reivindicações. No caso do PCCS, a categoria pede jornada semanal de 30h para todos os profissionais da educação e o maior "piso possível" ou equiparação com a rede estadual de ensino. Atualmente, o piso da educação em Barra do Bugres é R$ 902,78.
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