Evento é importante, mas não é visto como essencial para empresários do setor em Cuiabá
Rede hoteleira amplia investimentos com vistas à Copa
Apesar de não focar em eventos de curto prazo, como a Copa do Mundo de 2014, a rede hoteleira em Mato Grosso vem se munindo, desde a escolha de Cuiabá como uma das cidades-sede, para o evento. Em um levantamento realizado no último ano, eram previstos investimentos de R$ 100 milhões no setor, mas o montante pode ser ainda maior.
O Gran Odara, localizado na Avenida Miguel Sutil, por exemplo, previa, inicialmente, um gasto de R$ 16 milhões, em uma infraestrutura de cinco estrelas. Porém, em fase de pré-inauguração - a inauguração oficial está marcada para o dia 1º de setembro -, o hotel de luxo investiu R$ 25 milhões, no total.
Conforme o presidente do Grupo Fibra, responsável pela construção do Gran Odara, Renato de Paiva Pereira, o hotel, embora tenha sido concebido antes do Mundial, pode ser considerado um pontapé inicial da rede hoteleira com foco no evento.
"Na rede privada, ele pode ser considerado uma obra importante para a Copa. O projeto é anterior, mas, com o advento tomou outros ares, outro entusiasmo para se transformar em um empreendimento mais luxuoso", disse.
Entre salão de beleza, restaurante com padrão internacional, academia, centro de eventos com capacidade para até 1,8 mil pessoas, o Odara possui 142 apartamentos, pouco mais de 200 leitos, 12 andares e 15 mil metros quadrados de área construída.
No pós-Copa, o foco da rede será principalmente em empresários do agronegócio.
Rede ampliada
No total, segundo estudo realizado pela Associação Brasileira de Indústria de Hotéis de Mato Grosso (ABIH-MT), a Grande Cuiabá possui 109 hotéis, divididos em 4.472 apartamentos e 10.914 leitos.
Em Cuiabá, está grande parte da rede, com 70 hotéis, 3.261 apartamentos e 7.920 leitos. Para 2014, estão previstas 14 novas obras de construção ou ampliação de hotéis, o que significará a construção de mais 1.409 apartamentos e 3.644 leitos.
Em Várzea Grande, está prevista a construção ou ampliação de dois hotéis, totalizando 39 estabelecimentos, com 1.211 apartamentos e 2.994 leitos.
Os dados são do ano passado e, de acordo com o presidente da ABIH-MT, Luiz Verdun, podem não ser mais números reais. Até outubro deste ano, a entidade deve realizar nova pesquisa.
"Sentimos a necessidade de um novo estudo para saber o que abriu, o que fechou, o que está sendo investido. E através da pesquisa vamos ter um novo panorama da atual realidade hoteleira na Grande Cuiabá", disse.
A Associação pretende, durante a pesquisa, contar com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo (Sedtur) e demais entidades que são do setor.
Novo foco
Apesar de a Copa ser importante para o turismo e a rede hoteleira de Mato Grosso, para o presidente da ABIH, o que deve ser pensado a longo prazo é na demanda que tem surgido nos últimos tempos, com ou sem a presença do evento no país.
O turismo de negócio, que representa quase 90% das formas de turismo que ocorrem em Mato Grosso, é o principal exemplo desta "mudança de foco".
Conforme Verdun, empresários do ramo hoteleiro, nos últimos três anos pelo menos, estão cientes de que não se pode mais construir um hotel sem pensar em um local que possa receber eventos.
"A hotelaria está passando por uma modificação de demanda. Então, todos os hotéis estão fazendo salas de convenção de, no mínimo, 300 lugares. Hoje, esse é um grande eixo, que deve continuar assim pelos próximo anos e Mato Grosso não está fora dessa realidade", afirmou.
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