Sorriso: após prisões de 3 vereadores GAECO aponta que gravações são legais
"As gravações -todas elas- foram objetos de perícia, foram levadas ao crivo do poder judiciário e foram ratificadas, consideradas lícitas. Não há qualquer questionamento acerca da licitude destas gravações. O interlocutor tem todo o direto de gravar o outro. O que não se permite na legislação é que duas pessoas conversem e uma terceira pessoa, clandestinamente, grave. Isto é interceptação. Mas, se um interlocutor grava o outro, a nossa legislação permite. Isto é prova lícita. Além de licita, não houve qualquer manipulação nos vídeos e áudios colhidos", afirmou o promotor.
O promotor expôs também que "a juíza da vara do crime organizado, concluindo que as provas são lícitas e legais, resolveu expedir os mandados de prisões. Os 4 réus -porque as denúncias foram recebidas e as prisões decretadas- serão encaminhadas a Cuiabá", afirmou, referindo-se aos 3 vereadores e a esposa de Chagas.
Segundo o MP, Chagas Abrantes "direcionava as ações e os votos dos demais integrantes dos vereadores. Gerson Frâncio (Jaburu) era responsável pela intermediação nas negociações entre os poderes. O caso foi revelado durante gravações onde Gerson aparece pedindo R$ 100 mil de propina em beneficio próprio. Já a vereadora Roseane exigiu um emprego para o namorado, conserto de seu veículo, e pagamento de R$ 3 mil mensais por tempo indeterminado, a título de "mensalinho".
Sergio da Costa afirmou ainda que "o pagamento não chegou a ser efetivado tanto que as contas do exercício de 2009 foram reprovadas pelo legislativo municipal. Mas, para este tipo de crime não há necessidade do efetivo pagamento, basta a exigência".
Ainda de acordo com o MP, "os denunciados Chagas Abrantes e Filomena foram flagrados exigindo o repasse de verba mensal entre R$ 8 mil e R$ 10 mil que seriam direcionados à emissora de televisão de propriedade do casal como espécie de venda da mídia da prefeitura. O acordo consistia em que os programas de televisão parassem de fazer críticas que desabonassem a imagem política do prefeito".
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