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Internacional
Segunda - 25 de Abril de 2011 às 21:05

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Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o governo brasileiro manifestou preocupação com a escalada de violência na Síria, que deixou um grande número de mortos nos últimos dias principalmente nas regiões de Deraa, Homs e nos arredores de Damasco. Na nota, o governo "reitera o repúdio ao uso da força contra manifestantes desarmados" e diz esperar que a crise possa ser solucionada por meio do diálogo.

De acordo com a nota, as "aspirações legítimas das populações do mundo árabe devem ser equacionadas por processos políticos inclusivos e não pela via militar".

O governo reafirma ainda "o entendimento de que a responsabilidade pelo tratamento dos impactos das crises no mundo árabe sobre a paz e segurança internacionais recai sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas" e "ressalta a importância do papel dos organismos regionais --em particular a Liga dos Estados Árabes e a União Africana-- nos esforços de mediação diplomática".

Mais cedo, a Casa Branca disse que estuda impor sanções contra o governo da Síria, em resposta aos "ataques brutais" contra as manifestações de opositores do regime do ditador Bashar al Assad, no poder há 11 anos. Grupos de direitos humanos dizem que as forças de segurança mataram mais de 350 civis desde o início dos protestos em Deraa, em 18 de março. Um terço das vítimas morreu nos últimos 3 dias.

"A violência brutal usada pelo governo da Síria contra seu povo é completamente deplorável", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Tommy Vietor.
"Os EUA estudam as opções disponíveis, inclusive sanções, para responder à repressão e deixar claro que este comportamento é inaceitável", acrescentou.

Foi a primeira vez que autoridades levantam a possibilidade retaliações à Síria. Apesar de vários comunicados condenando as ações do regime de Assad, a Síria vive uma escalada na violência. De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, os mortos na repressão aos protestos podem chegar a 300 no país.

REPRESSÃO

Nesta segunda-feira, as forças de segurança da Síria reprimiram com violência os protestos da oposição em Deraa, deixando ao menos cinco mortos. A cidade é palco, há seis semanas. O governo sírio fechou ainda a fronteira com a Jordânia, perto de Deraa, gesto que impede a fuga de civis dos confrontos na cidade. Um militante de direitos humanos afirmou, em condição de anonimato, que as cinco vítimas estavam em um carro que foi metralhado pelas forças de segurança.

"Os minaretes das mesquitas fazem apelos de socorro. As forças de segurança entraram nas casas. Há um toque de recolher e eles atiram contra quem sai de suas casas. Atiram inclusive nas caixas de água nos telhados para deixar os moradores sem água", disse o militante, que está em Deraa.

Uma testemunha consultada pela agência de notícias Reuters disse ter visto corpos em uma rua, pouco depois de centenas de soldados entrarem na cidade, protegidos por veículos armados.

Atiradores de elite se posicionaram nos prédios do governo e testemunhas relatam que os disparos atingem alvos randômicos. Os tanques se posicionaram nos principais pontos de entrada de Deraa e disparam contra prédios e casas.

"As pessoas não podem andar pelas ruas por causa dos disparos", disse o morador Mohsen à rede de TV Al Jazeera, que mostrou uma coluna de fumaça sobre os prédios.

FIM DO ESTADO DE EMERGÊNCIA

Assad derrubou o estado de emergência que imperava no país há 48 anos, mas ativistas dizem que a violência com que reprimiu os protestos no fim de semana mostra que seu comprometimento com a liberdade de expressão e política não é sério.

As autoridades sírias optaram pela "solução militar" para acabar com o movimento de protesto disse o ativista dos direito humanos Rami Abdel Rahmane à agência de notícias France Presse.

""Está claro que as autoridades sírias tomaram a decisão de uma solução militar e de segurança", disse Abdel Rahmane, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, poucas horas depois do início de uma grande intervenção das forças de segurança sírias em várias cidades do sul do país, entre elas Deraa.

Em mais uma escalada da crise, a Síria fechou nesta segunda-feira a fronteira com a Jordânia, anunciou o ministro jordaniano da Informação, Taher Adwan, citado pela agência Petra.

"A Síria fechou as fronteiras terrestres com a Jordânia. A decisão síria está relacionada com a situação interna da Síria", explicou Adwan. "Esperamos que a situação volte rapidamente à normalidade", completou o ministro jordaniano.






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