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Politica MT
Terça - 05 de Abril de 2011 às 08:37
Por: RAFAEL COSTA

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Divulgação

O conteúdo de uma conversa postada no site You Tube aponta para uma suposta articulação de dois vereadores de Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá), com o objetivo de receber propina de R$ 400 mil para aprovar as contas do prefeito Chicão Bedin (PMDB).

A gravação, feita no final do ano passado, ainda sugere R$ 20 mil em propina para cada vereador manter um final de ano "mais gordo".

Mesmo com o parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE), os parlamentares reprovaram o balanço financeiro de 2009, por 8 votos a 2, levando à inelegibilidade do prefeito pelo período de 8 anos.

A conversa, que dura 8 minutos e 3 segundos, envolve o secretário de Esportes, Santinho Salerno, e os vereadores Chagas Abrantes (PR) e Gerson Frâncio (PSB), o Jaburu. Nela, são citados valores de uma suposta negociata. Para aprovar as contas do município, Jaburu reivindica uma alta soma de dinheiro.

"Quando eu sai de lá, falei: Cê vai me pagar R$ 400 mil para aprovar suas contas. Aquele trem vai custar caro; pra você ter meu voto é R$ 400 mil, cê pode. Não voto mais nada de grátis. Cêis sabe disso: o que é combinado não é caro", disse.

Ex-presidente da Câmara de Sorriso, Jaburu afirma, na conversa, que a harmonia do Legislativo com o Executivo só pode ser atingida com o recebimento de dinheiro pelos vereadores. "Se acertar, não tem nada por 6 meses. Por 6 meses, vamos ver o comportamento, firmei minha parte. Se não acertou com um, não acertou com ninguém. Eu só quero que resolva a minha parte: um final de ano gordo, pra gente poder gastar dinheiro", afirma o vereador, na gravação.

O secretário de Esportes, Santinho Salerno, parece concordar com o pagamento da propina e faz promessa. "Final de ano, todo mundo tem que passar em paz. Tanto um lado quanto outro tem que dar uma amaciada aí", disse.

A resposta de Jaburu é imediata: "Dá uns 20 mil pra cada um aí, nós vamos passar férias..."

A  suspeita de corrupção é investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE). Um inquérito é conduzido pelo promotor de Justiça, Carlos Roberto Zarour Cesar, que adotou tal procedimento após receber as gravações.

O conteúdo de áudio e vídeo revelando corrupção tem travado uma forte queda-de-braço e troca de acusações envolvendo vereadores, secretários e o próprio prefeito.

Enquanto aliados de Chicão Bedin insistem em dizer que foram chantageados pelos parlamentares, pelo montante que atingiria até R$ 1 milhão, os vereadores afirmam que o suborno partiu do Executivo.

Outro lado

O vereador Chagas Abrantes (PR), que participou das conversas divulgadas no YouTube, afirma que a chantagem partiu de aliados do prefeito Chicão Bedin.

"Eu vou defender que seja aberta uma CPI para que tudo fique claro. O que houve foi uma tentativa de me corromper e mais dois colegas. Estava conversando com o secretário Santinho Salerno, quando o vereador Jaburu entrou no meu gabinete e pediu 20 mil", disse Chagas.

O republicano ainda acredita que foi alvo de espionagem. "Acredito que fui gravado o ano inteiro. Nunca autorizei ninguém falar pelo meu nome e sempre defendi que tudo seja pautado pela moralidade. O Jaburu e o prefeito tentaram corromper vereadores", acusou.

O prefeito Chicão Bedin rebateu a acusação de que patrocinou pagamento de propina e assegurou que encaminhou a denúncia ao Ministério Público. O peemedebista prefere se manifestar somente após a conclusão das investigações.

"Estou focado no trabalho e não vou gastar energia desnecessariamente. Está claro que essa reprovação das contas teve caráter político, mas prefiro aguardar a manifestação da Justiça", disse ao MidiaNews.

O secretário Santinho Salerno e o vereador Jaburu foram procurados pela reportagem, mas, não atenderam aos telefonemas.






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