Não existe votação nas convenções e sim pré-acordos, analisa vereador

Conforme a legislação eleitoral, os partidos políticos de todo o país devem realizar suas convenções partidárias no período de 10 a 30 de junho. No Mato Grosso, as três principais coligações partidárias deixaram para os últimos dias do prazo a realização de suas convenções.

Como o próprio nome indica, as convenções são reuniões com o objetivo de decidir os caminhos a serem seguidos pelos partidos, no caso mais recente, para as eleições deste ano para Presidência da República, Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras Federais.

As reuniões reúnem milhares de filiados e simpatizantes dos partidos que votam para diversos fins, como eleição dos dirigentes da legenda, alteração no estatuto e diretrizes do partido e a realização de coligações para as eleições gerais ou proporcionais.

Para o vereador rondonopolitano Ananias Martins Filho (PR), as convenções partidárias já não são mais como antigamente. Filho de político e simpatizante da política desde criança, Ananias avalia que hoje as grandes reuniões dos partidos, principalmente em ano de eleição, já não são mais a “grande festa” que era até meados de 1988.

O republicano se refere aos pré-acordos formados pelos partidos coligados, que excluem, muitas vezes, a necessidade de votação dos militantes, ou pelo menos, não são relevantes. “Não existe mais votação nas convenções e sim pré-acordos porque há falta de vagas. Mas a militância fica frustrada porque não existe mais disputa”, define.

O vereador relembra de quando participava de convenções com muita disputa, com partidários uniformizados e com brigas entre militantes e dirigentes em muitas ocasiões. “Tinha candidato que era derrubado no dia da convenção, saía até briga. As pessoas iam uniformizadas, tinha torcida organizada para os candidatos”, comenta.

Ananias também recorda do episódio de uma convenção que acompanhou onde o vereador mais votado da história de Rondonópolis, Aroldo Marmo de Souza, foi preterido pelo candidato “Maninho”, que também era vereador. Os dois queriam a reeleição, mas no dia da convenção Marmo foi “derrubado”.

No Mato Grosso, a coligação PPS - PSB - PDT e PV realizou sua convenção no dia 30 de junho, o grupo PSDB-DEM e PTB no dia 26, assim como PMDB-PT-PR. O republicano não participou da convenção do PR e nem da coligação que participa seu partido.