4 líderes do agronegócio acirram disputa para federal

Quatro nomes com maior identificação com os segmentos do agronegócio, principais locomotivas que movem a economia mato-grossense, brigam por cadeira de deputado federal. Um deles é o já deputado Homero Pereira, que busca a reeleição. Ex-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Famato), Homero foi o segundo mais votado no pleito de 2006. Teve 100.114 votos. Perdeu somente para o petista Carlos Abicalil, que chegou a 128.851 votos. O ex-socialista e agora no PR integra a bancada ruralista e, na luta por um novo mandato, está ampliando sua base em regiões como Oeste (Grande Cáceres), Nortão (Sinop) e Araguaia (Barra do Garças). O setor não descobriu ainda um representante com a força política do ex-deputado federal e ex-senador Jonas Pinheiro, que faleceu em 2008.

O quociente eleitoral deve atingir a 190 mil votos, o que traz incertezas quanto ao êxito nas urnas, mesmo naqueles que reservam bom caixa para a campanha. Além de maior concorrência no setor rural, Homero ainda convive com as disputas internas no PR e dentro do chapão, que será formado por candidatos republicanos, petistas e peemedebistas.

As outras vozes do agronegócio com forte estrutura de campanha são os suplentes de deputado federal Neri Geller (ex-PSDB e hoje no PP) e Eduardo Moura (PPS), além do ex-governador Rogério Salles (PSDB). Neri foi vereador por Lucas do Rio Verde e exerceu mandato de quatro meses na Câmara Federal em substituição a ex-colega tucana Thelma de Oliveira. Eduardo é pecuarista na região de Barra do Garças e também viveu a experiência de ser federal por 121 dias. Em 2006, ele perdeu a vaga para o deputado Valtenir Pereira (PSB) por menos de 500 votos. Salles foi prefeito de Rondonópolis por dois mandatos e vice-governador por oito meses em 2002. Ele corre por fora, tendo o Sul como principal base eleitoral e numa concorrência direta com o já federal de cinco mandatos Wellington Fagundes.

Nos bastidores, os pré-candidatos a federal se mostram tensos também quanto às composições. É que, dependendo das alianças proporcionais, se passa a ter, desde já, um prognóstico sobre quem de cada grupo será eleito e/ou reeleito. No caso do chapão PMDB/PR/PT, por exemplo, existem quatro fortes concorrentes para, em tese, três vagas. Disputam com igualdade de condições os republicanos Fagundes e Homero, o deputado estadual e ex-secretário de Educação Ságuas Moraes (PT) e o já federal Carlos Bezerra, cacique do PMDB. Numa expectativa otimista da coligação de conquistar três vagas, um destes quatro ficaria de fora.