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Opinião
Segunda - 13 de Novembro de 2023 às 03:02
Por: José Alfredo Loureiro Granja

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A cirurgia bariátrica, que também é chamada de Gastroplastia, cirurgia da obesidade ou, ainda, cirurgia de redução do estômago, é uma plástica no estômago, realizada com o objetivo de reduzir o peso de pessoas com IMC muito elevado.


A intervenção é capaz de modificar significativamente o tamanho do estômago e modificar o trajeto dos alimentos, o que provoca o aumento da saciedade e a redução da absorção de calorias. Desse modo, o paciente passa a observar uma perda de peso dentro de um tempo que, anteriormente, seria impensável de alcançar.

Vale destacar, ainda, que os avanços na cirurgia permitem que, quando tudo ocorre como o esperado, o paciente retome as atividades cotidianas, como o trabalho – a depender da função – em cerca de 15 dias. Isso porque os riscos de ocorrências como infecções, hérnias, hematomas ou dificuldade de cicatrização ficam em torno, atualmente, de 1%, contra 25% alguns anos atrás.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica esta cirurgia para dois tipos de pacientes: primeiramente para aqueles com IMC acima de 35 Kg/m² que possuam doenças como apneia, hipertensão arterial, problemas articulares, diabetes, entre outras. O segundo perfil é para pacientes com IMC acima de 40 Kg/m².

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) reforça que a indicação cirúrgica também deve ser baseada na análise dos seguintes critérios:

Idade: abaixo dos 16 anos a indicação cirúrgica é restrita a situações em que o paciente tenha sido avaliado por equipe multidisciplinar e a decisão seja unânime.

Doenças associadas (comorbidades): devem estar controladas para a faixa de risco que o paciente apresenta.

Tempo que o paciente apresenta obesidade: muitos pacientes apresentam obesidade ao longo de anos, mas é importante que eles tenham mantido o IMC estável por pelo menos 2 anos antes da cirurgia e, além disso, tenham passado por outras abordagens terapêuticas e falhado nelas.

Conheça os tipos de cirurgia bariátrica mais comuns:

Bypass gástrico

O Bypass Gástrico ou gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux” é uma cirurgia mista que consiste na divisão do estômago em duas partes, na qual a maior fica isolada e há religação do intestino em um desvio em formato parecido com a letra Y, daí a origem do nome. O procedimento é feito para que a comida seja recebida pela menor parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento e diminui a fome.

Gastrectomia vertical

A Gastrectomia Vertical, também conhecida como cirurgia de Sleeve ou gastrectomia em manga de camisa, é um procedimento restritivo. A técnica é executada de modo que dois terços do estômago sejam removidos do organismo, o que inclui a responsável pela produção de grelina, hormônio do apetite. Assim, a redução de peso se dá tanto pela inapetência quanto pela redução do órgão.

Duodenal Switch

O Duodenal Switch é a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal, sendo, portanto, misto. Esta cirurgia retira dois terços do estômago - o que torna a técnica irreversível -, mas mantém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento, além de promover um desvio extenso no intestino.

Benefícios da cirurgia bariátrica

O excesso de peso pode trazer diversas complicações para a saúde, como problemas cardiorrespiratórios e diabetes. Portanto, além da perda de peso, o paciente pode ser beneficiado no tratamento de algumas doenças e, também, melhora em outras.

É possível perceber, em grande parte dos pacientes, a remissão de diabetes, da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e, ainda, alívio nas dores articulares.

A cirurgia bariátrica e os resultados metabólicos alcançados por meio dela são capazes de reduzir o risco de pacientes com obesidade desenvolverem doenças hepáticas graves e eventos cardiovasculares adversos de maior gravidade.

Qual o profissional responsável por esse procedimento?

O médico responsável por realizar a cirurgia bariátrica é o Cirurgião Gastroenterologista. Por conta dos riscos e da importância da cirurgia, o MEC (Ministério da Educação) chegou a aprovar a Residência específica para esta cirurgia.

No entanto, para o sucesso do procedimento, é necessário que o paciente tenha o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Dr. José Alfredo Loureiro Granja é gastroenterologista, cirurgião do aparelho digestivo na Gastroclínica, em Cuiabá-MT.



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