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Internacional
Terça - 22 de Fevereiro de 2011 às 16:26

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A Anistia Internacional (AI) pediu que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pressione o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, pelo fim imediato e incondicionado da violação dos direitos humanos que está ocorrendo no país norte-africano, em virtude de sua relação "estreita e duradoura" com o líder líbio.

O pedido foi formalizado nesta manhã, no horário local, em uma carta do secretário-geral da organização, Salil Shetty. No documento, ele pede também que Roma suspenda o acordo sobre imigração firmado em 2008 com Trípoli e, consequentemente, o fim das operações conjuntas com a polícia líbia sobre o controle dos fluxos migratórios para o litoral italiano.

Na carta, endereçada também ao chanceler da Itália, Franco Frattini, e ao ministro do Interior Roberto Maroni, a organização internacional pede que o governo de Berlusconi também suspenda o fornecimento de armas, munições e veículos blindados para a Líbia até que não haja mais riscos de violações de direitos humanos.

O acordo migratório prevê que as forças de segurança de Gaddafi patrulhem a costa Mediterrânea para evitar que barcos levem imigrantes ilegais para a Itália.

No ano em que o tratado bilateral foi assinado, mais de 31 mil africanos entraram na nação europeia pelo mar. Após 2008, o número diminuiu 92%.

No ano seguinte, a Anistia Internacional denunciou que a Itália estaria interceptando refugiados em águas internacionais e enviando-os, sem proteção, para a Líbia, onde os migrantes sofriam maus tratos e eram obrigados a retornar ao seu país de origem.

De acordo com a entidade, entre 6 e 11 de maio daquele ano, Roma teria interceptado cerca de 500 pessoas para a nação de Gaddafi.

Este é o segundo pronunciamento da organização internacional sobre a migração ilegal para a Itália nas últimas duas semanas, quando uma massa de imigrantes ilegais, principalmente de tunisianos, atracou na costa sul do país europeu, respectivamente na ilha de Lampedusa.

O êxodo, iniciado em 10 de fevereiro, após a crise política na Tunísia, já levou mais de 5.000 imigrantes à costa sul da nação de Berlusconi.

DISCURSO

Em discurso transmitido pela emissora de TV estatal nesta terça-feira, Gaddafi disse que não irá deixar a Líbia, que é "a nação de seus ancestrais", e irá morrer no "honrado solo de seu país". "Muammar Gaddafi é o líder da Revolução, sinônimo de sacrifícios até o fim dos dias. Esse é o meu país, de meus pais e meus antepassados", afirmou.

Durante o pronunciamento, e em meio a gritos e socos no pódio, ele prometeu ainda lutar contra os manifestantes que pedem o fim de seu regime e disse que irá "morrer como um mártir", já que abandonar o poder "não está entre as suas opções".

Vestido com um robe marrom e um turbante, ele discursou de um pódio colocado na entrada de um prédio bombardeado que aparentava ser sua residência em Trípoli --atingida por ataques aéreos dos Estados Unidos na década de 1980 e deixado sem reparos como um símbolo de desafio.

Gaddafi afirmou que não é o presidente da Líbia, mas sim o "líder da revolução" e que assim continuará, ignorando pedidos de seus próprios diplomatas, soldados e manifestantes que, na última semana, tomaram as ruas para pedir o fim de seu regime.

Ele disse que "tem o direito de lutar pela Líbia". "Nós não insistimos em nada, a não ser lutar pelo bem da Líbia. Passei minha vida sem ter medo de nada. Eu devo permanecer aqui, desafiador", acrescentou.

O ditador ainda afirmou que Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, está sendo "aterrorizada". "Eles foram ao aeroporto, que foi destruído. Não há aviões partindo ou chegando de Benghazi. Não há aviões chegando à Líbia."





Fonte: Da Ansa

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