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Domingo - 08 de Setembro de 2013 às 10:54
Por: KAMILA ARRUDA/PRISCILLA VILELA

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A “guerra” entre os vereadores governistas e de oposição na Câmara de Cuiabá já começa a apresentar reflexos políticos partidários. Isto porque as executivas municipais de algumas legendas já têm enquadrado seus parlamentares acerca das posturas adotadas na Casa. 

A primeira a ter a sua posição questionada pelo seu partido foi a vereadora Lueci Ramos (PSDB). Apesar de o PSDB ser declaradamente oposição à gestão Mauro Mendes (PSD), a tucana integra a base situacionista. 

A postura foi adotada por ela desde o início da legislatura, entretanto, passou a incomodar os demais vereadores da bancada: Ricardo Saad e Maurélio Ribeiro, principalmente, por conta das últimas polêmicas levantadas no Legislativo. 

A primeira atitude da sigla foi tirar Lueci da liderança do partido na Casa. Ela foi substituída por Saad. “O PSDB é de oposição e a Lueci está com a situação. Infelizmente, o que acontece hoje na Câmara, me obriga, como líder do partido, a cobrar uma atitude de oposição. Não pode ficar eu e o vereador Maurélio sendo oposição e ela votando a favor do prefeito”, ponderou o tucano. 

Apesar de não estar contente com a postura da colega de bancada, o parlamentar ressalta que a decisão do que fazer com a vereadora é do partido. 

“Vou cobrar do partido uma postura mais contundente contra ela. Ou ela muda a maneira de votar e agir, ou tem que ser tomada alguma providência. Como vereadora do PSDB, ela tem que estar com partido. Minha ideia é essa, porque não pode dois ser oposição e outro totalmente situação”, explicou. 

Conforme o tucano, antes do segundo turno nas eleições de 2012, a legenda já havia deliberado que o partido seria oposição a qualquer candidato que fosse eleito. “Mudou por interesse de acomodação. É o mais lógico, é fácil estar do lado que a interessa, mas é preciso ter coerência”, criticou Saad. 

O primeiro vice-presidente da mesa diretora, vereador Onofre Junior (PSB) também vem sendo pressionado por seu partido. Devido a alguns desentendimentos durante a campanha eleitoral, no final do ano passado, o socialista se “rebelou” contra o partido e se posicionou como oposição ao governo de Mendes. 

Até então, a sigla não parecia incomodada com a postura de Onofre. No entanto, a situação mudou quando surgiu a possibilidade de o socialista vir a assumir a presidência da Câmara. O fato, aliás, acabou se confirmando, no final desta semana, com a decisão liminar que afastou João Emanuel (PSD) do cargo. 

Por conta desta situação, Onofre chegou a cogitar a hipótese de migrar de partido. Contudo, essa idéia foi demovida após lideranças anunciarem que projeto da legenda Movimento Democrático (MD) não seria mais colocado em prática. 

No último dia 29, ocasião em que a base governista aprovou o afastamento de João Emanuel durante uma sessão realizada às escuras, o PSB chegou a divulgar uma nota anunciando que estava requerendo o mandato de Onofre por ele não cumprir com compromissos partidários. 

Para a sigla, Onofre “tem divergido das diretrizes municipais, chegando a votar em desfavor dos interesses do PSB municipal e do prefeito Mauro Mendes”, que também é filiado. 

Pouco tempo depois, entretanto, a legenda disparou um novo pronunciamento dizendo que voltou atrás e que iria resolver esta questão internamente. 

Além do PSDB e do PSB, a maior bancada de vereadores da Câmara de Cuiabá, composta pelo PTB, também apresenta fortes indícios de que está rachada. A legenda, no entanto, não dá sinais de insatisfação com Clovito Hugueney, único parlamentar a não seguir a determinação do partido. 

Desde o segundo turno das eleições, o PTB deliberou por apoio a Mendes. Do grupo de quatro parlamentares eleitos, apenas Clovito se aliou a João Emanuel e à oposição. A exemplo de Onofre, ele também compõe a mesa diretora. Ocupa o cargo de segundo secretário. 

Além de Clovito, a bancada do PTB é formada por Dilemário Alencar, Leonardo de Oliveira – líder do governo – e pelo líder do partido, Júlio Pinheiro. 

Apesar da postura do petebista, o líder da bancada governista garante que o partido respeita a postura de Clovito e que não pretende enquadrá-lo de forma alguma. 

“Sou contra partidos interferirem em atuação na Câmara. Por mais que o Clovito esteja atuando em desacordo com a orientação do PTB, ele tem sua liberdade para isso”, opinou. 





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