Teerã afirma que punirá instigadores de protestos
O procurador-geral do Estado e porta-voz do Poder Judiciário iraniano, Gholam Hussein Mohseni Ejei, reiterou nesta quarta-feira que os instigadores dos enfrentamentos desencadeados na segunda-feira serão punidos.
Em declarações à imprensa após uma reunião com os chefes da Polícia, ele também acusou Estados Unidos e Israel de serem os responsáveis pelos enfrentamentos.
"Os elementos que estão por trás dos incidentes devem ser castigados, já que os distúrbios, a insegurança, os danos à propriedade pública e a chamada ao caos não devem ser ignorados", afirmou.
Na terça-feira, dezenas de deputados iranianos pediram que os líderes opositores Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi - acusados de sedição - fossem processados.
Após meses de silêncio, a oposição iraniana retornou às ruas na segunda-feira com uma manifestação de apoio às revoltas do norte da África, que foi declarada ilegal pelas autoridades e reprimida pelas forças de segurança.
Os grupos opositores denunciaram que a Polícia utilizou gás lacrimogêneo e balas de festim para dispersar os manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra do regime iraniano e de apoio a Egito e Tunísia.
De acordo com a imprensa estatal, pelo menos duas pessoas morreram nos enfrentamentos, enquanto muitas ficaram feridas e dezenas foram detidas.
Nesta quarta-feira, Karroubi colocou em seu site um comunicado desafiante no qual estimula os opositores a manter as mobilizações e se mostra disposto a pagar o preço que for necessário.
"Declaro que não tenho medo de nenhum tipo de ameaça e que, como soldado desta grande nação durante os últimos 50 anos, estou disposto a pagar qualquer preço", afirmou através de seu site, o "Sahamnews.org".
"Queria adverti-los antes que seja tarde demais (...). A violência contra os desejos do povo só funcionou durante certo tempo", acrescentou.
Por sua vez, Mousavi afirmou que a manifestação de segunda-feira passada foi um sucessou e tentou desvinculá-la dos estrangeiros, como denuncia o regime.
A oposição acusa o regime iraniano de "hipocrisia", já que apoiou as manifestações populares na Tunísia e no Egito, mas impede as convocadas pelos opositores ao Governo.

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