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Esportes
Quarta - 26 de Janeiro de 2011 às 23:14
Por: Dassler Marques

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Ricardo Matsukawa/Terra
Ronaldo não conseguiu furar a defesa do Tolima
Ronaldo não conseguiu furar a defesa do Tolima

Quarta-feira que vem, em Ibagué, na Colômbia. É lá que o Corinthians vai definir seu futuro na Copa Libertadores: afinal, nesta quarta, no Pacaembu, a equipe do treinador Tite jogou mal no duelo pela fase qualificatória e decepcionou seus torcedores, não passando de um empate sem gols diante de um público que também foi abaixo da expectativa: 28 mil espectadores.

O resultado no Pacaembu põe sério risco nas chances de o Corinthians chegar à fase de grupos da Libertadores. Na Colômbia, os corintianos avançam com vitória ou empate com gols - derrota é fatal e outro 0 a 0 leva ao desempate por pênaltis. Nenhum clube brasileiro, até hoje, foi eliminado nesse estágio da competição.

No jogo com caráter de decisão, o Corinthians teve sérias dificuldades para fugir da marcação, mostrou pouca força de conjunto e viveu de individualidades que não funcionaram. O resultado foi tratado como frustração pela torcida, que apoiou pouco nos minutos finais e chegou a vaiar o time na saída do gramado.

O empate contra o Tolima é o terceiro consecutivo do Corinthians em quatro jogos em 2011: a vitória diante da Portuguesa, na abertura do Campeonato Paulista, é exceção de Tite, que segue invicto no comando do clube, mas sem convencer desde a virada do ano.

Primeiro tempo: Corinthians só toca e não progride

Todo o clima de decisão foi preparado para o Corinthians avançar à fase de grupos da Libertadores, mas dentro de campo as coisas não aconteceram da forma esperada. Diante de mais de 35 mil torcedores, a equipe de Tite só conseguiu duas reais chances de perigo em 45 minutos de jogo. Muito adiantada em campo, ainda permitiu alguns sustos aos corintianos, que chegaram a silenciar em contra-ataques da equipe colombiana.

Utilizando o Campeonato Paulista como vestibular, Tite repetiu 10 dos 11 titulares que empataram contra o Noroeste, domingo, no mesmo Pacaembu. A única novidade foi a volta de Alessandro, curado de uma catapora e que substituiu Moacir, lesionado, na lateral direita. O Corinthians também jogou em seu habitual sistema 4-2-3-1, mas encontrou enormes dificuldades em articular jogadas que ameaçassem a meta do goleiro Anthony Silva.

A postura do Tolima também dificultou, e muito, as ideias do Corinthians. Hernán Torres confirmou a expectativa de que seu time jogasse fechado na defesa e assim foi: quatro defensores fixos na primeira linha, o volante pegador Jhon Hurtado e mais uma linha com quatro meio-campistas à frente dele, sempre posicionados atrás da linha da bola. Só mesmo Murillo, aberto à direita do meio, se aproximava de Medina, o único atacante de fato dos colombianos.

Nos primeiros minutos do confronto, o Corinthians demasiadamente insistiu no jogo pela direita com Alessandro, Dentinho e a aproximação de Jucilei. Tocando a bola sem conseguir penetrar, porém, a equipe da casa foi minando a paciência dos torcedores. A cada toque para trás, o clima de tensão crescia. Um raro momento de emoção surgiu já com 12min, quando uma bola cruzada da direita encontrou Ronaldo em boa condição: na grande área, o camisa 9 usou a cabeça, mas Silva, bem posicionado, defendeu.

Com 24min, os sustos que o Tolima se preparava para pregar viraram uma chance de gol claríssima e Murillo apareceu livre diante de Julio Cesar. Em condições de jogo, o camisa 10 foi lançado e chegou a finalizar, mas a arbitragem anulou o lance e ainda deu cartão amarelo ao colombiano. O ataque era legal.

Aos poucos, o Corinthians ia se cansando de sua própria inércia e arriscava jogadas diferentes em momentos circunstanciais : Chicão tentou armar o time, Ralf tentou um passe mais ousado, Alessandro foi para a esquerda por um momento e Dentinho atravessou o campo para jogar perto de Jorge Henrique.

Mesmo assim, pouca coisa aconteceu. O melhor lance, inclusive da primeira etapa, surgiu de novo cruzamento da direita e Jorge Henrique mergulhou, da entrada da pequena área, para desviar de cabeça. A sorte não era corintiana e a bola saiu perto da trave. Nada de diferente ocorreu a partir daí e todos saíram para o intervalo com a impressão de que o quadro era preocupante.

Segundo tempo: Corinthians em mais do mesmo

Apesar do intervalo e das instruções de Tite, não teve nada de muito diferente do Corinthians que retornou para o segundo tempo. O treinador colocou Bruno César para o lado direito e definiu Jorge Henrique para a armação. E o time foi se encolhendo.

A posse de bola e o controle do primeiro tempo deram espaço a um time que se escondeu diante da atitude do Tolima. Bruno César, aliás, saiu com menos de 10 minutos para a entrada de Edno. De cara feia pela troca, Bruno foi mal na partida e fracassou no primeiro jogo de Libertadores em sua carreira.

Parado e sem oferecer perigo, Ronaldo esboçou mais movimentação e, de fora da área, bateu por cima do gol de Silva. Depois, se deslocou bem e quase finalizou após lançamento de Jorge Henrique, mas a zaga colombiana impediu. Em seguida, foi a vez de o camisa 9 servir Edno em velocidade, mas o atacante que retorna de empréstimo não teve sucesso diante da marcação rival na grande área.

Na busca pelo gol, Tite tentou algo novo sacando uma das referências do time: Roberto Carlos deixou o time aos 24min e deu lugar a Marcelo Oliveira. Em campo, Ronaldo seguiu como o protagonista do ataque. Primeiro, serviu Dentinho que, em boa condição na grande área, tropeçou e chutou fraco. Depois, recebeu bom cruzamento de Edno, mas não teve competência na cabeçada ao gol.

Aos poucos, o Corinthians foi se animando e trouxe a torcida para jogar junto, criando oportunidades - mais na raça que na técnica. Depois de bola aérea, Jucilei quase tirou o grito de gol que vinha preso e finalizou na rede pelo lado de fora da entrada da pequena área. Foi na rede também que Chicão acertou, já depois dos 40min, uma cobrança de falta preciosa, mas que não entrou.

Então, os dois times foram embora sem gols, mas principalmente o Corinthians com a sensação do dever não cumprido. E do risco da queda mais real do que se imaginava.

 

Corinthians 0 x 0 Tolima

Corinthians: Julio Cesar; Alessandro, Chicão, Leandro Castan e Roberto Carlos (Marcelo Oliveira); Jucilei e Ralf; Dentinho (Danilo), Bruno César (Edno) e Jorge Henrique; Ronaldo
Treinador: Tite

Tolima: Anthony Silva; Vallejo, Arrechea, Julián Hurtado e Noguera; Jhon Hurtado; Murillo (Santoya), Chara, Bolívar e Castillo (Marrugo); Medina (Gimenez)
Treinador: Hernán Torres

Cartões amarelos
Corinthians: Jucilei
Tolima: Murillo, Arrechea, Silva

Árbitro
Enrique Osses (Chile)

Local
Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

Renda e público
R$ 1.339.605,00 / 28.253 espectadores





Fonte: Terra

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