Homem teria recebido dinheiro para não aplicar multa em empresa.
Servidor do Ibama é preso pela PF em Mato Grosso

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem em flagrante um servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), acusado de corrupção e peculato dentro da autarquia. A prisão foi parte da Operação Coluna, em parceria com o próprio Ibama, e também apreendeu com o servidor R$ 20 mil em espécie e um processo de notificação do órgão.

De acordo com a PF, o dinheiro encontrado com o servidor era fruto de corrupção. A quantia foi recebida de um representante legal de uma empresa como garantia para que ela não fosse punida por conta de um processo de notificação dentro do Ibama, o que geraria uma multa de até R$ 2 milhões por crimes ambientais. Já o processo de notificação encontrado com o servidor havia sido subtraído da sede do Ibama, o que é considerado crime de peculato.

E foi justamente o desaparecimento de processos de dentro do Ibama que motivou a investigação em conjunto do órgão com a PF a partir de uma denúncia. As investigações levaram a 5ª Vara Federal em Cuiabá a expedir quatro mandados de busca e apreensão em residências e propriedades rurais da cidade.

Mas outros sumiços de processos ainda estão sendo investigados no momento, assim como outras duas pessoas além do servidor que foi preso ontem – um é atualmente servidor ativo do órgão e o outro foi demitido recentemente por envolvimento em fraudes desbaratadas pela Operação Curupira, da PF, em 2005. A Curupira desbaratou uma quadrilha composta por mais de 200 pessoas, entre eles madeireiros, funcionários públicos federais, estaduais e dirigentes dos órgãos de proteção ao meio ambiente no Estado. Um dano de pelo menos 43 mil hectares de desmatamento foi provocado pela fraude de documentos para a comercialização e transporte de madeira extraída ilegalmente de reservas ambientais em Mato Grosso. Além das condenações, a operação mudou totalmente a gestão ambiental no Estado. (Com assessoria)