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Polícia Brasil
Sábado - 08 de Janeiro de 2011 às 00:25

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Reprodução

No interior do Paraná os presos fizeram de uma delegacia o local de uma grande farra no Natal. Eles subornaram os carcereiros para promover uma ceia com bebida e drogas.

Muita cerveja gelada, drogas e axé. Assim foi a noite de Natal na delegacia de Campo Mourão, no interior do Paraná. Tudo gravado e fotografado por um telefone celular. E é claro: uma farra assim não seria feita sem a ajuda de quem deveria proibi-la.

Quem aparece na imagem é o carcereiro José Wilson de Oliveira. Segundo os presos, ele recebe dinheiro para comprar cerveja.

As facilidades para os presos de Campo Mourão não terminaram no Natal. Hoje, nós conseguimos falar por telefone com um preso que está na delegacia. Ele disse que a festa custou R$ 3 mil e contou detalhes de como consegue bebida, drogas e telefone mesmo atrás das grades.

Repórter - como é que você consegue manter esse celular aí com você?
Preso - isso aqui é normal, você pagando ali pra carceragem não tem problema, não.
Repórter - como é que aconteceu (a festa), como é que ficou combinado?
Preso - (carcereiro) cobrou R$1.600 só pra passar a cerveja e pegou mais R$1.400 pra pagar as latinhas.
Repórter - e as drogas?
Preso - as drogas "foi pagado" mais R$ 400 por fora.
Repórter - os dois delegados sabiam da festa?
Preso - sabia.

O delegado José Aparecido Jacovós, que estava na praia enquanto a delegacia era palco da farra, diz que só soube da festa dois dias depois.

“Não! Veja bem: eu não tinha conhecimento de absolutamente nada assim que nós tomamos conhecimento tá? Agora precisa me apontar, apontando, há culpados: corrupção e cadeia”.

Dois funcionários foram afastados e vão responder pelos crimes de corrupção ativa e prevaricação. Com relação ao uso de telefones celulares, o delegado admite a dificuldade de impedir a entrada dos aparelhos.

"Nós não podemos revistar partes íntimas das mulheres. Se você faz uma revista no corpo e encontra tudo bem, mas você não pode determinar que a pessoa que faz a revista coloque a mão em determinados lugares, que isso é constrangimento ilegal e também pode ser por corrupção, pode ser que alguém esteja favorecendo”, declara o delegado.

A mulher de um dos presos, que tem medo de mostrar o rosto, confirma como é fácil entrar com drogas e celulares na cadeia. “É normal os carcereiros sempre passam droga, cerveja. Só pagar. Pagar o valor que eles querem eles passam de tudo. De tudo que precisar lá, eles passam”.

A assessoria do governador do Paraná informou que confia na palavra do delegado de que ele não sabia da farra e que, quando soube, afastou os dois carcereiros envolvidos.






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