Governador de Santa Catarina diz que oposição errou ao agir apenas no Congresso
Um dos únicos dois governadores do DEM no país, Raimundo Colombo, que assumiu o governo de Santa Catarina na semana passada, diz considerar um erro a oposição "congressual" que é feita e defendeu que ela passe a acontecer "na sociedade".
Eleito no primeiro turno no Estado em que o ex-presidente Lula defendeu, na campanha, "extirpar" o DEM da política, Colombo, 55, disse à Folha que tentará uma relação harmônica com a presidente Dilma Rousseff e que oposição e governo devem "cumprir seu papel sem radicalismo".
Folha - O que vai ser prioridade em seu governo e quais os problemas herdados da administração anterior?
Raimundo Colombo - Nossas prioridades são saúde, segurança pública, educação e obras estratégicas. Temos gargalos que comprometem nosso desenvolvimento, como aeroportos superlotados e estradas.
Nosso problema foi um aumento dado a funcionários em março, abril, que vai incidir em janeiro. Houve aumento de R$ 930 milhões na folha. Por isso definimos ações imediatas de não fazer novas despesas, convênios e obras em 120 dias e rever todos os contratos.
Qual vai ser o seu papel como governador de oposição?
Acho que oposição é tão nobre quanto governar. As duas funções são necessárias para a sociedade. Cada um tem que cumprir o seu papel sem radicalismo. Nunca vi briga política construir creche, hospital, ponte, escola.
Como será relação com Dilma?
Vou tentar que ela seja a mais harmônica e construtiva possível.
Qual é a avaliação que o sr. faz da situação atual do DEM?
A política é feita de desafios. É um processo de liderança. Nosso desafio é recuperar nossa posição e fazer com que ela cresça na sociedade pelo nosso trabalho. Nós tivemos uma eleição que não foi a ideal, esperávamos fazer uma bancada maior, mas o trabalho agora tem que ser o de recuperação.
O sr. vê necessidade de mudança no partido ou na oposição em geral?
A oposição feita foi congressual, foi um erro. Não houve uma oposição feita na sociedade. Um dos raros momentos em que isso aconteceu foi [em 2007, a queda da] CPMF, onde a gente conseguiu ter um posicionamento com respaldo da sociedade. Oposição congressual fica muito restrita aos agentes políticos. Eu faria um trabalho de doutrina partidária, de definição ideológica.
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