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Terça - 14 de Dezembro de 2010 às 07:21
Por: Carolina Holland

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A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou ontem pesquisa sobre as ações feitas no combate ao crack nos municípios brasileiros. Os dados revelam que enquanto 48% dos municípios brasileiros realizam campanhas de enfrentamento ao entorpecente, em Mato Grosso, 97% não têm programa municipal de combate ao crack. Apesar disso, as autoridades da área de Segurança Pública não consideram a droga um problema no Estado.

Conforme a titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), delegada Cleibe Aparecida de Paula, a incidência de apreensões de crack em Mato Grosso não chega a 3%. “Em relação a drogas, a principal preocupação no Estado é com pasta-base de cocaína. Em seguida, vem a maconha”, disse Cleibe de Paula. A delegada disse ainda que não há apreensão de crack em Cuiabá e em Várzea Grande, sendo o consumo praticamente restrito a municípios menores do Estado.

Durante a pesquisa, a CNM enviou questionário aos secretários municipais de Saúde entre os dias 2 e 23 de novembro para saber quais ações são realizadas no enfrentamento ao consumo de crack e outras drogas. Todos os 5.563 municípios do Brasil foram questionados, mas 3.950 responderam, o que representa 71%. Dos entrevistados, 98% disseram que enfrentam problemas relacionados a drogas ou ao crack, especificamente.

De acordo com os dados, dos 103 municípios de Mato Grosso (73% do total), apenas 13 (12,2%) possuem Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O centro é estratégia da atenção à saúde mental promovida pelo governo federal, com objetivo de oferecer atendimento à população, realizar acompanhamento clínico e reinserção social dos portadores de transtornos mentais, incluindo usuários de drogas. No Brasil, 14,7% dos municípios pesquisados declararam ter CAPS, o que, para a CNM, representa que ainda é dada pouca importância à estratégia, que é preconizada como prioritária para a reforma psiquiátrica brasileira.

Ainda em no Estado, de acordo com a pesquisa, apenas três municípios têm programas de combate ao crack e outras drogas. Mas, de acordo com a coordenadora-presidente do Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas (Conen), Ana Elisa Limeira, 30 municípios têm Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas e outros 41 conselhos estão em processo de criação. “Estamos trabalhando para articular mais conselhos municipais, mas, infelizmente também dependemos de recursos federais. A meta é o Estado implantar essas políticas, mas fazer com que os municípios possam atuar de forma independente depois”, disse Ana Elisa.

Conforme os dados da CNM, as principais ações desenvolvidas em Mato Grosso são a prevenção ao uso e consumo de drogas, a mobilização e orientação à população e o atendimento a familiares e amigos de dependentes.






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