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Politica Brasil
Segunda - 06 de Dezembro de 2010 às 20:49

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O senador eleito Aécio Neves (PSDB) defendeu nesta segunda-feira a participação do que chamou de "históricos" na refundação do partido.

"Os históricos do PSDB --vamos chamar assim-- devem ter um papel fundamental nessa reconstrução do programa partidário", afirmou o ex-governador de Minas Gerais em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que vai ao ar na noite de hoje.

Os históricos, segundo ele, são líderes tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ex-governador José Serra e o senador Tasso Jereissati (PSDB).

O mineiro também afirmou que é preciso acabar com a disputa entre paulistas e mineiros pelo controle do PSDB após a derrota de Serra. "Temos que superar essa dicotomia."

Segundo o senador eleito, o PSDB tem que se fortalecer para construir uma estrutura mais nacional.

"Para se ter uma ideia, em cerca de 10 Estados brasileiros, nós não elegemos nenhum deputado."

Por refundação, o mineiro disse entender que o partido precisa renovar seu programa de governo, que está "velho". Ele lembrou que até hoje o programa do PSDB fala em combate à inflação.

"As urnas nos deram um recado muito claro e não vamos erra no diagnóstico."

Ele disse que não é candidato a líder da oposição ou presidente do PSDB. O ex-governador afirmou que pretende focar sua atuação no Congresso. "Quero ter liberdade para fazer liberdade o que gosto de fazer."

Aécio afirmou que o partido não deve antecipar a escolha do candidato presidencial de 2014. "Você antecipar a identificação de um candidato é uma tática suicida por um lado e amador por outro."

DERROTA EM MINAS

No programa, Aécio tentou justificar a derrota de Serra em Minas Gerais, ao mesmo tempo em que o seu indicado, Antonio Anastasia, foi eleito. Para ele, houve uma transferência horizontal dos votos.

"Se você fosse a Minas um mês antes da eleição, iria achar que o candidato ao governo era o Lula."

Segundo o mineiro, o PSDB deve aceitar a derrota da eleição com serenidade. "Talvez tenha faltado explicitar alguns temas para se diferenciar do governo que está aí", afirmou.

Aécio criticou ainda o uso do tema do aborto durante a eleição. De acordo com o ex-governador, nem sempre é possível controlar tudo o que acontece durante uma eleição.

"Em nenhumas das discussões que nós promovíamos, esse discurso surgia como algo estratégico para a campanha eleitoral."

Citando Maquiavel, o mineiro afirmou que Serra tem a virtude, mas não a fortuna.

"Em 2002, quando ele foi candidato à Presidente da República, ele era o candidato da continuação e havia naquele momento um sentimento de mudança depois do segundo mandato do presidente Fernando Henrique. Agora, de alguma forma, ele foi o candidato da mudança e havia no Brasil o sentimento da continuidade."

Ele justificou porque não saiu candidato a vice-presidente. "Eu não fui vice porque tinha dados concretos de que eu não ajudaria eleitoralmente."

NA OPOSIÇÃO

Já exercitando o papel de oposição, Aécio criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita, Dilma Rousseff.

"O que me incomoda é essa titularidade absoluta do atual governo e do próprio presidente da república em relação a tudo que foi feito."

Segundo ele, a petista será uma incógnita e que é preciso observar seu governo. "Há uma interrogação no ar e nós não devemos antecipar."

Apesar disso, Aécio afirmou que amanhã irá se reunir com o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que faz parte da base lulista.

"Nós não podemos colocar uma muralha entre nós porque ele apoiou outra candidatura."

Mais cedo, ele participou de almoço com o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).






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