O ex-ministro Antonio Palocci vai assumir a chefia da Casa Civil no governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) e Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência e um dos auxiliares mais próximos de Luiz Inácio Lula da Silva, irá para a Secretaria-Geral da Presidência. As informações foram repassadas por uma fonte próxima ao futuro governo, nesta quinta-feira.
Com essas duas escolhas, Dilma fecha alguns dos principais postos do Palácio do Planalto. A Casa Civil, mesmo que venha a perder a gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como é cogitado, é estratégica no assessoramento do presidente. Depois da queda do deputado cassado José Dirceu, foi ocupada pela própria Dilma.
A Secretaria-Geral, assumida por oito anos por Luiz Dulci, cuida da interlocução com a sociedade civil. A fonte, que pediu para se manter no anonimato, disse ainda que Paulo Bernardo, à frente da pasta do Planejamento no governo Lula, deve ir para as Comunicações.
Na quarta-feira, ele confirmou que recebeu um "convite genérico" de Dilma, indicando que seu destino estava sendo analisado no xadrez do ministério. Se confirmada a indicação, o PMDB teria que desembarcar das Comunicações, mas poderá alcançar a pasta de Cidades, hoje com o PP.
"O governo é Dilma, não é o governo Lula", disse o interlocutor sobre as possíveis mudanças entre partidos e cargos. A fonte afirmou ainda que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado na eleição para o governo paulista, deve integrar o primeiro escalão e que o deputado Ciro Gomes (PSB) é outra aposta, uma vez que a presidente eleita tem muito apreço por ele.
Influência garantida
Mais cedo, outra fonte também ligada ao novo governo havia informado sobre a possibilidade de indicação de Palocci, tanto para a Casa Civil quanto para a Secretaria-Geral. "Provavelmente, não importa que cargo ele ocupará, Palocci terá grande influência de qualquer jeito", havia dito a fonte.
Dilma anunciou oficialmente sua equipe econômica na quarta-feira. Ela manterá o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo, indicou Alexandre Tombini para a presidência do Banco Central e Mirian Belchior para o Ministério do Planejamento.
Palocci, ministro da Fazenda entre 2003 e 2006, foi o autor principal das políticas de austeridade econômica que marcaram o primeiro mandato do presidente Lula. O rigor daquele período ajudou o país a apagar o ceticismo do mercado financeiro, abrindo o espaço para o atual crescimento econômico brasileiro após décadas de inflação e crises constantes.
Esse desempenho de Palocci não foi suficiente para segurá-lo no cargo depois do episódio em que foi acusado de violar o sigilo bancário de um caseiro.

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