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Nacional
Sexta - 19 de Novembro de 2010 às 00:51

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O 3º sargento do Exército Ivanildo Ulisses Gervásio, 37, foi reconhecido nesta quinta-feira como o autor do disparo que atingiu um estudante de 19 anos que havia participado da Parada Gay do Rio, em Copacabana (zona sul), no domingo (14).

Ele foi identificado pela vítimas e por quatro testemunhas no Forte de Copacabana, onde cumpre prisão preventiva determinada pelo Comando Militar do Leste.

Segundo o delegado Fernando Veloso, titular do 14º DP (Leblon), o Exército lhe informou que o sargento havia confessado ser o autor dos disparos.

Ainda de acordo como delegado, o Exército constatou que a munição da pistola 9 mm usada pelo militar foi trocada, e vestígios de pólvora foram encontrados na mão dele.

Além disso, o Exército afirmou ao delegado que os militares saíram do Forte de Copacabana no horário de serviço, o que é proibido.

O sargento Gervásio deve ser indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, com agravante de ter sido causado por motivo torpe e de não ter dado chance de defesa à vítima.

O terceiro-sargento Jonathan Fernandes da Silva e o cabo Luiz Gustavo Conceição Batista também foram reconhecidos pelos cinco como os militares que acompanhavam Gervásio. Como não foram presos administrativamente, a Polícia Civil avalia a possibilidade de pedir à Justiça sua prisão. O delegado afirmou que ainda pretende ouvir os três acusados e ler o IPM (Inquérito Policial Militar) do Comando Militar do Leste, para estudar detalhadamente as participações de Jonathan e de Luiz Gustavo, antes indiciá-los.

A Folha não teve acesso aos militares presos.

A vítima e as testemunhas ficaram frente à frente com os agressores no Forte de Copacabana. Os três e outros quatro militares, com características físicas semelhantes, foram alinhados e identificados por números.

No dia do crime, o rapaz baleado contou à polícia que três militares hostilizaram um grupo de 15 jovens homossexuais que namoravam no parque Garota de Ipanema, no Arpoador.

A área não é militar, mas fica ao lado do Forte de Copacabana.

Por volta da meia-noite, disse o rapaz, três militares fardados abordaram o grupo, pediram a identificação dos jovens e passaram a hostilizá-los.

Segundo ele, um dos militares o derrubou no chão e atirou em sua barriga, mas o tiro não acertou nenhum órgão vital. O rapaz foi encaminhado por policiais para o hospital.

Nesta quinta, uma das testemunhas --um adolescente de 16 anos-- ressaltou, após reconhecer os agressores, que o sargento Gervásio ainda mandou a vítima deixar o local após baleá-la, xingando-a, junto com os demais agressores. "Meu amigo estava ferido, sangrando e, assim mesmo, eles mandaram a gente sair correndo do parque", afirmou o rapaz, que disse ter sentido "alívio" após reconhecê-los no forte. "Justiça foi feita. E será feita mais ainda", afirmou.






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