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Sexta - 05 de Novembro de 2010 às 12:26
Por: Dayane Pozzer/De Rondonópolis

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Faleceu na madrugada desta quinta-feira (4), por volta de 03h50, no Hospital Regional de Rondonópolis, Maria Neves de Carvalho, 66 anos, pioneira do município. Dona Lila ou vó Lila, como era mais conhecida, é avó de Criza Renata de Carvalho Brasil, mãe de Mariluce Aparecida de Carvalho e sogra de Lucas Valeriano da Silva, assassinados no dia 20 de setembro de 2009 enquanto almoçavam em um restaurante de Rondonópolis.

Dona Lila também estava na mesa e presenciou quando os parentes foram mortos a tiros pelo ex-namorado da neta, o marceneiro Paulo Henrique Cabral Cardoso, por motivo passional.

De acordo com a filha Suzane Regina de Carvalho, Dona Lila ficou bastante abalada com a tragédia e seu estado de saúde, que já estava um pouco frágil, se agravou. Ainda segundo a filha, durante uma audiência realizada no Fórum de Rondonópolis em 28 de setembro do ano passado dona Lila depôs e sentiu-se mal. A avó apresentava um quadro de profunda tristeza e depressão por ter perdido filha, neta e genro e ainda ter presenciado as mortes. Maria Neves estava internada no Regional há 24 dias.

Ao Olhar Direto, enquanto os corpos das vítimas eram velados, vó Lila contou que no dia da tragédia Paulo Henrique chegou perto da mesa no restaurante e cumprimentou a todos e de forma especial a ela, perguntando se ela estava bem, de forma carinhosa. Conforme relato da avó, Paulo chamou Renata para conversar fora do restaurante, mas foi impedido pelo padastro dela, Lucas.

“Ele disse, mostrando a mão: calma Paulo, agora nós estamos almoçando”, contou dona Lila. Nesse mesmo instante, antes que Lucas pudesse abaixar a mão, Paulo Henrique tirou o revólver calibre 38 que estava na sua cintura, embaixo da camiseta que vestia e à queima roupa matou Lucas, mirou para Renata e depois para a mãe dela.

Na hora dos tiros, Maria das Neves disse que houve um silêncio indescritível no local e enquanto ela socorria a filha, o acusado saiu andado do restaurante, sem olhar para trás. “Eu só gritava pedindo ajuda e senti o sangue quente da minha filha na minha perna. O Lucas já estava caído e a Renata também. A amiga dela tinha se jogado embaixo da mesa e rezava. Quase todo mundo se jogou no chão, era muita gritaria, as pessoas chamando os filhos, louças quebrando”, relata.

De acordo com vó Lila o socorro não demorou muito a chegar, no entanto, ela já sabia que a filha não sobreviveria. Ela descreveu Paulo Renato como uma pessoa tranqüila, apesar de ser ciumento e ter histórico de agressão a outras mulheres com quem se relacionou. “Mas ele era um menino bom, comia com a gente, estava sempre junto com a gente, ninguém imaginava”, desabafou.

O corpo de Maria Neves foi velado na capela do Cemitério Municipal da Vila Aurora e sepultado no final da tarde desta quinta-feira, por volta das 18h.






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