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Economia
Domingo - 26 de Setembro de 2010 às 13:21

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Criado para rastrear cargas, o sistema de monitoramento se populariza em outra direção. Novo serviço de rastreamento permite que os pais acompanhem, pelo laptop ou pelo celular, a movimentação do carro do filho em tempo real, e não só pela central de atendimento.

O medo de sequestro e o barateamento do seguro em até 15% são as justificativas para adotar o rastreador. Só o dono do veículo pode autorizar a instalação do acessório.

Ele custa cerca de R$ 800 (pode ser transferido para outro carro). A mensalidade parte de R$ 40 e encarece com serviço personalizado.

"A mãe, por exemplo, pode ser avisada quando o carro do filho ultrapassa 100 km/h com o limpador de para-brisa ligado [indício de chuva]", exemplifica José Melo, diretor da Car System, uma das líderes do mercado.

Mas o fato de o aparelho delatar cada passo do jovem, como itinerário e tempo de parada, cria resistências. Por isso há pais que o colocam sem o conhecimento do filho.

Segundo empresas de monitoramento, isso ocorre em casos "extremos", como a suspeita do uso do automóvel para comprar drogas.

Roberto Zapotoczny Costa, especialista em segurança pessoal, diz que o monitoramento protege apenas o motorista que sabe utilizá-lo.

Seu diferencial é o botão de pânico, que alerta o responsável pelo celular.

"Graças ao botão de pânico avisei à minha família e à central de monitoramento que eu estava em perigo", diz Renato Fernandes, 25, vítima de sequestro relâmpago na porta da faculdade.

"Meu pai solicitou uma escolta à paisana e deixaram a polícia de sobreaviso", relata. Para ele, a sensação de proteção hoje é melhor do que a perda de privacidade.

A psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão é contra o monitoramento. "Se o jovem não tem maturidade, melhor não permitir que ele dirija, até porque a tecnologia não tira a responsabilidade dos pais sobre os filhos."

Já o Denatran quer obrigar os carros novos a virem com localizador. O Ministério Público Federal, inicialmente, vetou, argumentando que trata-se de uma "ofensa ao direito de privacidade".

ADULTÉRIO

A Gristec (associação das empresas de rastreamento) estima que 1,5 milhão de automóveis no Brasil já sejam monitorados -- 3% da frota.

Parte desses carros são rastreados por suspeitas de adultério. "A mulher pode, por exemplo, visualizar no computador se o carro do marido está dentro de um motel", explica o detetive Maurício Barbosa, que cobra R$ 2.000 por 15 dias de rastreador e de escuta no carro.






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