Temer: "quem irá governar será Dilma, e não José Dirceu"

Temer respondia a pergunta do jornalista Fernando Mitre sobre o programa de governo do PT, que foi apresentado ao TSE e rapidamente retirado por causa da repercussão de pontos polêmicos, como eventuais restrições à liberdade de imprensa. O ex-deputado José Dirceu, segundo o jornalista, trouxe essas questões de volta em discurso recente (no qual criticou um suposto excesso de liberdade de imprensa).

"O Zé Dirceu, com todo respeito a sua conduta política, não é quem vai governar o País. Quem conhece a Dilma sabe que quem vai governar é ela. Ela quem vai dar o tom do governo (...) ela tem dito com frequência que "controle da imprensa, só controle remoto"", afirmou Temer.

Em comentário, Indio da Costa, vice na chapa de José Serra (PSDB), voltou a repisar o que considera a ligação de Dilma com as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). "Primeiro a Dilma falou que o PT e as Farcs não tinham ligação e depois confessou que era necessário conversar com as Farcs, depois disse que não ia colocar o boné do MST, depois colocou, agora ela fala que não quer calar a imprensa".

Dilma e a imprensa
No debate, Michel Temer (PMDB) foi questionado ainda se a presidenciável do PT teria condições de fazer um compromisso formal de não produzir nenhuma legislação capaz de gerar perseguições sobre a mídia.

Em sua resposta, Temer disse que esse era um compromisso já assumido para um possível cenário de Dilma como presidente. "Ela já falou isso com muita frequência. A nossa convicção é de que é impossível combater ou reduzir a liberdade de imprensa", afirmou. "A candidata Dilma esteve numa reunião na ANJ (Associação Nacional de Jornais) e assinou um compromisso formal de não agressão a liberdade de imprensa. Eu vejo muitas vezes essa preocupação com a atuação da ministra Dilma, mas tenho visto ela (...) fazendo quase uma campanha para exercer a liberdade de imprensa", acrescentou.

Durante a réplica, Indio foi enfático: "De um lado, temos a Marina, o Serra, nós temos uma visão democrática e até o Plínio, de certa forma. De outro lado, temos uma candidata totalitária que quer, sim, calar a imprensa".

"A mesma Dilma que foi até a ANJ, foi a que assinou um decreto do PNDH 3 (Programa Nacional de Direitos Humanos 3) que diz lá do controle da mídia. E depois diz que foi só uma rubrica. Eu queria pegar um cheque dela com rubrica dela e descontar um cheque no banco para dizer: Dilma, rubrica e assinatura é a mesma coisa. Portanto, a Dilma mente. Você vai para um modelo mentiroso ou vai para um modelo que você já conhece".

Temer rebateu dizendo que "um cheque no banco não será pago só com uma rubrica". E concluiu, dirigindo-se a Indio: "Quando eu vejo você invalidar uma assinatura posta na ANJ, acho que você não está colaborando com a liberdade de imprensa".