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Economia
Quarta - 01 de Setembro de 2010 às 23:00

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O Banco Central advertiu no comunicado desta quarta-feira que já conta com uma mudança nos rumos da inflação nos próximos meses. Mesmo nesse contexto, avaliam analistas do mercado, a autoridade monetária não deve mexer nos juros antes de 2011. Hoje, o BC anunciou a manutenção da taxa Selic em 10,75% ao ano, como esperado por boa parte do setor financeiro.

"Como o BC tem ressaltado nas últimas atas, o momento ainda está cheio de incertezas. E neste cenário, é melhor não mexer [nos juros primários]", comenta Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin.

No comunicado de hoje, o Comitê de Política Monetária admite não esperar "que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo". Os índices de preços ficaram consistente baixos nos últimos três meses, inclusive apontando deflação (-0,05%), a exemplo do IPCA-15 de agosto. Outro índice de preços bastante influente, o IGP-M, sinaliza que esse quadro não deve se manter: de julho para agosto, a variação passou de 0,15% para 0,77%.

Em uma análise preliminar do comunicado divulgado há pouco, o economista avalia que o BC deu uma espécie de "aviso" ao mercado: "acho que ele quis dizer: "não esperem que a inflação se mantenha no mesmo nível dos últimos meses". O que é algo que muita gente no mercado já está esperando. Ao mesmo tempo, ele considera que o nível atual dos juros será suficiente para manter a convergência das taxas", acrescenta.

No trecho seguinte do comunicado, a autoridade monetária diz esperar "a continuação do processo de redução de riscos para o cenário inflacionário que se configura desde sua penúltima reunião".

A decisão do BC foi aprovada por representantes do setor financeiro. "Entendemos que o fim do ciclo de alta nesse momento não é prematuro, pois os índices que medem a inflação seguem sob controle; também já é possível descartar a possibilidade de o ritmo da atividade econômica voltar a crescer descontroladamente, apesar do esperado aquecimento econômico no segundo semestre", comenta Walter Machado de Barros, presidente do Ibef-SP.

O BC tem mais duas reuniões mais decidir os rumos da política monetária do país, em outubro e dezembro. O mercado futuro de juros indica que os juros não devem subir tão cedo: as taxas projetadas para janeiro e abril de 2011 não ultrapassaram a casa de 10,8% na rodada de negócios de hoje. 






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