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Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 30 de Agosto de 2010 às 07:20

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Os dois brasileiros identificados entre os 72 imigrantes ilegais mortos da chacina em Tamaulipas, no México, moravam em cidades vizinhas a Governador Valadares (MG), região no norte do Estado conhecida por ser uma das principais exportadoras de mão de obra brasileira para os Estados Unidos.

Juliard Aires Fernandes, 20, era de Santa Efigênia de Minas --com cerca de 4.500 moradores-- e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, de Sardoá --cerca de 5.500. As duas localidades ficam a 10 km de distância.

Tanto Juliard quanto Hermínio são de pequenas propriedades rurais distantes do centro dos municípios.

Amigos e parentes ouvidos pela Folha dizem que os dois deixaram o Brasil há cerca de um mês e, desde então, não haviam mais entrado em contato avisando onde estavam. A intenção dos dois, afirmam, era migrar para os Estados Unidos.

Juliard juntou dinheiro para a viagem trabalhando como auxiliar de obras no Rio de Janeiro, segundo a prima dele, Rosângela Fernandes. "Ele queria melhorar de vida", diz, sobre a viagem para fora do país.

Hermínio, segundo o funcionário público Anóbio Batista, que é amigo da família do jovem, era trabalhador rural e cuidava da propriedade da família com os pais e duas irmãs. Uma outra irmã dele migrou para a Itália, onde vive há quatro anos.

Segundo Batista, Hermínio era pouco visto na cidade porque permanecia mais tempo no campo.

A professora Rita Santos, 35, amiga da família de Hermínio, diz que os dois mineiros se conheciam e foram viajar juntos para o México.

Segundo ela, o rapaz tinha esse plano de viagem havia muitos anos. Ela diz que as mortes dos dois são o "único assunto" na localidade no momento.

Nenhum dos dois brasileiros mortos era casado nem tinha filhos. O Itamaraty avisou as famílias sobre o ocorrido na noite de sábado e está em contato direto com elas.

IMIGRAÇÃO

As duas cidades são vizinhas também de Gonzaga, terra do eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, que acabou morto em 2005 no metrô de Londres pela polícia britânica ao ser confundido com um terrorista.

Os moradores de Sardoá e Santa Efigênia de Minas contam que como não há muitas alternativas de trabalho na região, o plano de migrar para os Estados Unidos acaba se tornando muito comum.

"As pessoas acabam seguindo o caminho dos parentes que já estão por lá", diz o desempregado Moacir Costa, 33, de Sardoá.

No entanto, com a crise econômica mundial de 2008, a quantidade de pessoas que tentam migrar diminuiu, contam os moradores.






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