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Polícia Brasil
Sábado - 28 de Agosto de 2010 às 12:08

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A Polícia Federal do Rio e a Secretaria de Segurança Pública investigam a existência de uma "caixinha" do tráfico da Rocinha (zona sul) para pagar policiais militares e civis do entorno da favela.

A investigação começou a partir da descoberta de um informante da polícia que seria também o responsável pela revenda, para o tráfico, de armas apreendidas em operações policiais.

A PF agora vai apurar também a informação veiculada na quinta-feira (26) pela rádio BandNews na qual um refém não identificado conta que os bandidos que trocaram tiros com policiais em São Conrado e fizeram reféns no Hotel Intercontinental, no sábado, pagaram R$ 60 mil para liberar o traficante Nem, chefe da venda de drogas na favela.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Elias Escobar, o informante Magno Carmo Pereira, 26, foi infiltrado pela Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) em favelas da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos) como Rocinha, no Rio, Nova Holanda e Malvinas, em Macaé, na Região dos Lagos (RJ).

Há cerca de um ano, policiais federais de Macaé descobriram que Pereira havia mudado de lado e passara a informar os criminosos sobre operações policiais.

"Ele ganhava uma quantia mensal fixa para passar informações de ações tanto da Polícia Civil quanto Militar para o tráfico, mas ainda não sabemos quanto. Além disso, com a venda de armamentos apreendidos pela polícia para o próprio tráfico, ele arrecadava em média R$ 130 mil por mês", afirmou Escobar.

As investigações da PF visam descobrir como o dinheiro que ele recebia era dividido. Pereira, que estava com mandado de prisão expedido e era considerado foragido, foi preso ontem à noite. Dez outras pessoas já foram presas, em Macaé.

De acordo com as investigações, Pereira foi o responsável pelo vazamento de informações sobre uma operação na Rocinha, planejada pela PF e pelo Bope (tropa de elite da PM) para o dia 2 de setembro do ano passado.

As investigações mostram que criminosos ligados ao traficante Rogério Rios Mosqueira, o Ropinol, à época chefe do tráfico no morro de São Carlos (centro do Rio) e em favelas de Macaé, teriam comprado de Pereira pelo menos cinco fuzis, a R$ 20 mil cada, duas pistolas Glock 9 mm e algumas pistolas Jericó, de fabricação israelense.

O traficante, morto em março deste ano em operação da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) no morro de São Carlos, era muito ligado a Nem.

A Folha apurou que o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, esteve reunido na quarta-feira com a Polícia Federal para conhecer os detalhes da investigação. 






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