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Nacional
Quinta - 26 de Agosto de 2010 às 15:25

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Magro e aparentando estar abatido, o goleiro Bruno Fernandes, suspenso do Flamengo, chegou nesta quinta-feira pela manhã ao aeroporto Santos Dummont, no Rio, junto com seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Os dois deixaram a penitenciária onde cumprem prisão preventiva em Minas para participar de uma audiência sobre a acusação de agressão à Eliza Samudio.

Segundo Marcio Carvalho de Sá, advogado de defesa dos dois, Bruno não tem se alimentado direito e está em depressão. "Como atleta, está acostumado a trabalhar o corpo e agora está preso em um cubículo", disse o advogado.

Bruno e Macarrão são acusados de sequestrar e agredir a ex-amante do jogador Eliza Samudio em outubro do ano passado. Na época, ela estava grávida de um filho que seria do goleiro. Em outro processo, eles são acusados ainda pelo desaparecimento e possível morte da jovem. Ela foi vista pela última vez no início do mês de junho.

Para a defesa, Eliza não morreu e, sem corpo, não há como considerar essa possibilidade. "Eu não consigo entender de onde eles vão tirar, qual é o coelho que vai sair daquela cartola para dizer que a Eliza está morta", disse Sá.

A defesa chegou a colocar a ex-amante de Bruno na lista de testemunhas. Para o promotor Eduardo Paes, que acompanha a oitiva de testemunhas de acusação prevista para esta quinta-feira no Rio, colocar a jovem como testemunha é uma estratégia para "complicar as coisas". "Nós não estamos discutindo aqui se ela foi morta ou não, estamos discutindo se ela foi sequestrada, agredida e obrigada a tomar um abortivo. É só isso."

Neste processo no Rio de Janeiro, Bruno e Macarrão estão sendo acusados de sequestro e cárcere privado, e lesão corporal. Por ser réu primário, o goleiro pode pegar até três anos de prisão, diz o promotor.

Além do processo no Rio, Bruno e Macarrão foram denunciados pelo suposto assassinato de Eliza em junho passado. Essa ação penal, porém, tramita em Minas Gerais.

De acordo com Sá, a estratégia da defesa será simples: provar que não houve sequestro algum. "Não existe sequestro em que a sequestrada liga para o sequestrador antes e fala "vem me buscar", e diz para sua amiga "olha, estou saindo com o sequestrador"", disse o advogado.

CASO

Por negar a paternidade, segundo a Promotoria de Justiça, Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, sequestraram e agrediram Eliza. O caso, porém, só foi denunciado após o desaparecimento de ex-namorada do goleiro em junho. Os dois estão presos desde o dia 7 de julho no Complexo Penitenciário de Contagem (MG).

Ao marcar a data para depoimento de testemunhas, o juiz decidiu que não é "razoável" mandar intimar Eliza para depor como testemunha de defesa do goleiro, como queria Quaresma.

Os advogados de Bruno tinham colocado Eliza, desaparecida desde junho, no topo da lista de testemunhas de defesa que incluem ainda a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, o diretor de Futebol, Zico, o ex-técnico Andrade e os jogadores Adriano e Vagner Love.

Tentar intimar Eliza, segundo o juiz, é apenas uma medida para atrasar o processo. "A intimação representaria violenta afronta ao princípio de razoabilidade", disse ao juiz. "Faculta-se à defesa trazê-la à audiência, caso realmente pretenda ouvi-la", diz o juiz.

Para o juiz, também não cabe intimar Adriano e Love, pois ele estão fora do país, respectivamente, na Itália e Rússia. Com isso, o juiz manteve como testemunhas de defesa de Bruno apenas Zico, Amorim, Andrade e os jogadores Paulo Victor e Christian Tarouco. Macarrão terá como testemunhas o pai de Eliza, Luis Carlos Samúdio, e os jogadores Leo Moura e Rodrigo Alvim, ambos do Flamengo. 






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