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Economia
Quinta - 26 de Agosto de 2010 às 15:04

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O gerente geral da companhia chilena LAN Airlines, Ignacio Cueto, declarou nesta quinta-feira que na TAM quem "manda é a família Amaro", e que o acordo de fusão entre ambas, que cria a Latam, prevê um poder de veto em decisões muito pontuais da empresa brasileira.

"Ambas as famílias [Amaro --controladora da TAM-- e Cueto] controlam de forma conjunta a Latam. É diferente na TAM, onde todos os direitos políticos e o controle da companhia estão nas mãos da família Amaro", declarou o diretor ao jornal "La Tercera" ao chegar do Brasil.

O acordo de associação que cria a Latam foi anunciado dia 13 de agosto, dando origem a uma gigante no setor, com ingressos de mais de US$ 8,5 bilhões anuais. O irmão de Ignacio, Enrique Cueto, além de ser co-proprietário da companhia chilena, foi o homem escolhido para dirigir a nova empresa.

"Ao entregar o poder total à família Amaro na TAM, estamos confiando e dando fé que eles vão tomar decisões que apontam para benefícios mútuos. O grupo LAN está confiando 100%, porque lá [na TAM] manda a família Amaro, e aqui mandamos nós dois", detalhou.

Cueto disse que estão sendo acertados os detalhes para apresentar o caso às autoridades brasileiras responsáveis por autorizar fusões como a que cria a Latam, para que "dentro de três semanas esteja firmado o acordo concreto".

O gerente antecipou que a companhia continua pensando em uma abertura na Bolsa do Peru nos próximos meses. "Acredito que quanto mais sul-americanos participem na maior quantidade de mercados possível, é muito melhor", sustentou.

De acordo com o anúncio do dia 13, a Latam incorporaria as operações da LAN no Peru, na Argentina e no Equador; a LAN Cargo e suas subsidiárias TAM Linhas Aéreas, TAM Mercosul, além das demais sociedades das duas empresas. Ambas continuarão funcionando com certificados de operação e marcas diferentes, mas poderão usar reservas e passagens compartilhadas no futuro.

A LAN é a maior companhia aérea do Chile, e o presidente do país, Sebastián Piñera, era um de seus principais acionistas até alguns meses atrás.

FUSÃO

Quando comunicaram a fusão, as empresas comunicaram que o negócio envolveria a troca de ações das duas companhias para formação da Latam Airlines. A Latam, se materializada, seria a 11ª no ranking mundial em passageiros, com receita de US$ 8,5 bilhões. As sinergias que serão colhidas pela união são estimadas em US$ 400 milhões.

A expectativa é que o negócio seja concluído em um prazo de seis a nove meses. De acordo com o diretor financeiro da TAM S.A. e presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, trata-se de uma previsão realista, com base em outras transações do tipo já realizadas entre empresas aéreas.

Pelos termos do acordo entre as companhias aéreas, a família Amaro --controladora da TAM-- terá 13,5% da Latam, mas ainda seguirá com 80% das ações com direito a voto na TAM Linhas Aéreas, que será uma subsidiária de capital fechado da holding.

A família Cueto, atual acionista majoritária da LAN, ficará com 24,1% da Latam.

Haverá um acordo de acionistas no bloco de controle determinando igual poder de voto para as duas partes. Cada uma das famílias terá dois membros no Conselho de Administração, de um total de nove integrantes.

Conforme a TAM, seus atuais acionistas minoritários ficarão com 15,8% da Latam. Os minoritários da LAN, por sua vez, ficarão com 46,6% do capital total do novo grupo.

Pelas regras do setor aéreo brasileiro, as companhias aéreas nacionais não podem ter mais de 20% do capital votante nas mãos de investidores estrangeiros.

A LAN Chile serve a 70 destinos e a brasileira TAM, a 62. Ambas possuem um total de 241 aeronaves (98 da empresa chilena e 143 da brasileira), destinadas tanto ao transporte de passageiros quanto de carga. 






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