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Terça - 24 de Agosto de 2010 às 08:26
Por: Romilson Dourado

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Aos 69 anos e no segundo mandato, o empresário e pecuarista Murilo Domingos, o mais velho dos 141 prefeitos mato-grossenses, está inelegível pelos próximos oito anos. Isso o força a encerrar de vez a trajetória política, caso não consiga derrubar a decisão do juiz Gonçalo Antunes de Barros, da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Várzea Grande. Acusado de improbidade administrativa por uso de empresa de fachada para beneficiar a Casa Domingos, de sua família, no período em que o secretário de Fazenda era o irmão Toninho Domingos, Murilo "acordou" com a notícia também da perda do mandato. Basta ser notificado pelo oficial de Justiça para deixar o cargo. Ele avisa que vai recorrer da decisão. Há outros réus no processo, como, por exemplo, a ex-contadora Sirlene Fagundes de Freitas. O principal culpado pela "lambança" é Toninho, que exerce forte influência na administração, mesmo não fazendo mais parte do primeiro escalão.

O vice-prefeito e supersecretário Sebastião Gonçalves, o Tião da Zaeli, vive momento de expectativa. Na campanha de 2008, ele havia "costurado" acordo para, em caso de reeleição de Murilo, vir a assumir o cargo de chefe do Executivo dois anos depois. Zaeli já havia perdido as esperanças diante de respostas negativas do prefeito que, mesmo com problemas de saúde e sob forte desgaste da imagem, preferiu sair de licença a renunciar ao posto. Vive agora o pesadelo político. Seu grupo não aceita Zaeli "tomar o poder", mas, com intervenção da Justiça, o empresário deve mesmo assumir o cargo para concluir o mandato que só vai se encerrar em dezembro de 2012.

Várzea Grande, com cerca de 270 mil habitantes e quase todos na zona urbana, precisa ser reconstruída do ponto de vista administrativo. Apesar de ter conseguido manter os serviços essenciais, a gestão Murilo pouco diferenciou dos antecessores, entre eles Jayme Campos, que foi prefeito por três mandatos. Muitos apostam que, sob Zaeli, empresário com bom conceito, o município possa viver uma nova fase, principalmente na área de infraestrutura, no campo do planejamento e na atração de indústrias. Murilo caiu em desgaste porque deixou o governo seguir sem impor controle sobre equipe e nem segurar as rédeas da gastança. A máquina "inchou". Os problemas se acumularam.

A culpa pela queda do prefeito é do próprio irmão, justamente aquele que bateu duro para Murilo não renunciar ao mandato porque considera Zaeli pessoa sobre a qual não se deveria confiar. Toninho foi secretário de Fazenda e, em 2005, acabou levando a administração a usar a empresa fantasma João Só para, segundo denúncia do Ministério Público em ação civil pública, beneficiar financeiramente a Casa Domingos. A condenação maior acabou imposta ao prefeito, que ficará inelegível até 2018, quando terá chegado aos 77 anos, vai ter de pagar multa correspondente a três vezes o valor supostamente desviado do erário e ainda fica sem a cadeira de chefe do Executivo. Tramitam ainda outros cinco processos por improbidade por fraudes em licitação na gestão Murilo e dois pedidos de afastamento do republicano do cargo.





Fonte: RD News

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