Júlio e Bezerra somam 72 anos na política e tentam Câmara pela 3ª vez

Eles são considerados caciques políticos em Mato Grosso. Começaram na vida pública nos anos 1970, acumulam diversos mandatos eletivos e, neste pleito, são candidatos a deputado federal. Se eleitos, vão ocupar a cadeira na Câmara pela terceira vez. Juntos, têm 133 anos de idade e somam 72 anos na atividade política. Júlio Campos, cria da extinta Arena, PDS e PFL (hoje DEM), completa 64 anos em 11 de dezembro. Carlos Bezerra, do velho MDB (hoje PMDB), chega aos 69 em 4 de novembro. O primeiro é quem dita as regras no Democratas, ao lado do irmão-senador Jayme Campos. Bezerra controla há duas décadas a legenda peemedebista e, nestas eleições, ele não só quer garantir sua reeleição à Câmara, como assegurar vaga para a esposa Teté na Assembleia Legislativa.

Por muitos anos, Júlio e Bezerra foram adversários duros. Em 98, porém, resolveram se juntar e "morreram abraçados" nas urnas. Na época, Júlio perdeu para governador e, Bezerra, ao Senado. Quando muitos esperavam pelo "enterro", eis que ressurge a dupla na vida pública. Júlio virou conselheiro do Tribunal de Contas e, prematuramente, se aposentou para disputar de novo a Prefeitura de Várzea Grande. Acabou derrotado. Agora, dois anos depois, ele está de volta e é a principal aposta do DEM como candidato a federal.

Júlio Campos começou na vida pública como prefeito várzea-grandense. Administrou o município de 73 a 77. Depois, foi deputado federal por duas vezes (79/83 e 87/91), governador (83/86) e senador (91/99). Bezerra deu a largada como prefeito de Rondonópolis, para cuja cargo foi feito três vezes. Veio a ser deputado federal por dois mandatos (79/83 e está no cargo desde 2007). Foi também governador (83/86) e senador (1995/2003).

Como investem pesado nos projetos políticos, com grande estrutura de campanha e previsão de gastos entre R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões, detêm controle de seus partidos e se mostram bem articulados, Júlio e Bezerra tendem a entrar na lista dos 8 federais que serão eleitos e/ou reeleitos nas urnas de 3 de outubro. Assim, vão chegar aos 70 anos ocupando cargos eletivos. Não querem, de forma alguma, largar as benesses do poder.