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Internacional
Segunda - 16 de Agosto de 2010 às 18:25

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Mesmo que tenha de pagar uma multa de US$ 300 milhões, o JBS avalia que pode ser vantajoso realizar a oferta pública de ações (IPO) da unidade dos EUA somente no ano que vem, quando a companhia estiver apresentando resultados melhores que os atuais, afirmou o presidente da empresa brasileira nesta segunda-feira Joesley Mendonça Batista.

Pelo acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que se comprometeu em investir US$ 2 bilhões na empresa por meio da subscrição de debêntures conversíveis em ações do JBS USA, o frigorífico será obrigado a pagar US$ 300 milhões ao banco se o IPO não for feito até o final de 2010.

Os US$ 300 milhões equivalem a um juro de 7,5% ao ano que o BNDES poderá cobrar em dinheiro da companhia, uma forma de remunerar o investimento do banco --com o IPO realizado, o investimento seria pago com dividendos.

"Quanto mais passar o tempo, eu acho que a empresa (JBS USA) vai se valorizar mais do que os US$ 300 milhões.. estamos apresentando bons resultados, enquanto tiver isso, eu quero postergar, porque vou converter (as ações) a um preço mais favorável", declarou Batista a jornalistas.

"Se fôssemos fazer o IPO no início do ano era sobre o número de 2009..., se for fazer em 2011, provavelmente vamos ter o ano todinho de 2011, o que significa que o preço dos US$ 300 milhões vira uma fração", afirmou ele.

As debêntures foram emitidas por ocasião do anúncio da compra da Pilgrim"s Pride, ao final de 2009, que agregou ao JBS uma grande operação de carne de frango, a segunda do mundo em capacidade de produção. A companhia brasileira tem participação majoritária na empresa norte-americana.

No início do ano, o JBS anunciou que pretendia aguardar melhores condições de mercado para realizar o IPO, previsto inicialmente para janeiro. Oficialmente, os recursos seriam utilizados para financiar o plano de expansão de distribuição direta da empresa.

A receita líquida da operação de bovinos e suínos do JBS USA no segundo trimestre cresceu para aproximadamente US$ 4 bilhões, ante US$ 3,45 bilhões no mesmo período do ano passado.

"Idealmente, deveria fazer um ótimo resultado em 2010, fazer um melhor ainda em 2011, e qualquer tratativa usaria números de 2011, porque a empresa vai valer muito mais do que hoje", completou. "Idealmente, seria idiotice nossa querer fazer logo, não tenho por que correr."

Batista lembrou que o BNDES é um grande acionista do JBS --o BNDESpar possui 17% da empresa. "Ele não vai fazer um negócio contra a empresa... ele tem total interesse de ver essa ação de R$ 8 subir para R$ 20."

"Muito provavelmente, a operação não será em 2010, a não ser que mude alguma coisa... vou ter dois anos para incrementar os resultados das empresas, ganhar sinergias, melhorar os lucros, para poder valorizar o melhor possível...", afirmou.

FUSÃO COM PILGRIM"S

O presidente da empresa admitiu que uma possibilidade também seria realizar a chamada "fusão reversa" com as ações da Pilgrims"Pride, companhia aberta nos EUA.

Se a Pilgrim"s se juntasse ao JBS USA, esta passaria a ter capital aberto, o que resolveria o problema da conversão das debêntures. Mas Batista ressaltou que isso não está em andamento, sendo por ora apenas algo sugerido por analistas.

Batista ainda negou que o JBS seja favorecido pelo BNDES. "É o maior absurdo dizer que nos escolheu. Espera aí, quem comprou a Swift fomos nós. Então ele tem que nos financiar, não outro. Quem comprou a Pilgrim"s fomos nós, não foi a Brasil Foods. Se fosse a Brasil Foods, financiaria a Brasil Foods."

"Quem comprou o Bertin fomos nós. Como ele tinha colocado dinheiro no Bertin... Aí a imprensa fala em R$ 7 bilhões. Alto lá! Três dos sete bilhões vieram com o Bertin." 






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