O goleiro Bruno, ex-jogador do Flamengo, réu no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, recebeu visita de uma de suas filhas na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, neste domingo. De acordo com a Secretária de Estado de Defesa Social (Seds), ainda estiveram no local um amigo e a avó.
Os outros envolvidos no caso também receberam visitas neste domingo. Dayane dos Santos, mulher do goleiro, foi visitada por duas irmãs e uma prima. Ela se encontra no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, na capital. Já Luis Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, recebeu visita dos pais na Nelson Hungria. O ex-policial Marcos Aparecido do Santos, o Bola, recebeu um tio e a esposa na mesma penitenciaria. As informações foram cedidas pela secretaria.
Flávio Caetano de Araújo, o Flavinho, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenilson Vitor da Silva, não receberam visitas. Ainda segundo a secretaria, Sérgio Rosa Sales, preso no Centro de Remanejamento de Presos, poderia receber visitas no sábado, mas ninguém compareceu. Fernanda Gomes Castro, namorada de Bruno, ainda não pode receber visitas no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

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