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Agronegócios
Sexta - 23 de Julho de 2010 às 11:52
Por: Juliana Royo

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Até pouco tempo atrás, a soja era uma cultura que não sofria ataques de pragas na pós-colheita, durante a armazenagem de grãos ou sementes. No entanto, pela falta de cuidado dos armazenadores e pelo contato direto com sementes de outras culturas como milho, trigo e arroz, as pragas começaram a se alimentar também da soja. Já existem cinco pragas preocupantes na pós-colheita da soja, duas delas são traças (Ephestia elutella e a Ephestia cautella) e as outras três não têm nome popular, são a  Lasioderma serricorne, Oryzaephilus surinamensis e Cryptolestes ferrugineus. Elas causam furos e ranhuras na soja e chegam a inviabilizar as sementes para plantio.

— Até pouco tempo não se tinha conhecimento de pragas na armazenagem da soja tanto na parte de sementes quanto nos grãos, mas nos últimos anos já temos algumas pragas que passam a causar perdas. Os armazenadores hoje precisam se preocupar com pragas em soja. O conceito que ainda se tem é o de que a soja não tem praga e que se pode colocar os grãos e sementes no armazém sem muitos cuidados. Todo o armazenador tem que cuidar muito bem da possibilidade das pragas estarem infestando a soja neste período após a colheita — alerta o pesquisador Irineu Lorini, da Embrapa Soja, um dos palestrantes da 31º Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil, que acontece nos dias 10 e 11 de agosto, em Brasília.

Para evitar a contaminação, o mais indicado são medidas preventivas, principalmente ligadas à higienização dos armazéns. O manejo integrado de pragas prevê a pulverização das estruturas armazenadoras e a limpeza correta dos silos, principalmente quando for receber uma nova safra de sementes e grãos. Se, mesmo com os cuidados de higiene, for constatado o surgimento de pragas, a recomendação dos especialistas é para que seja feito o expurgo com gás fosfina. Neste caso, é preciso tomar uma série de precauções de segurança como o uso de equipamentos sanitários para manejar o gás fosfina e a vedação completa do ambiente que vai receber a fosfina, para que o gás tóxico não escape. Também deve ser respeitado o tempo de ação do gás dentro do armazém vedado.

— Estas pragas não são novidade no Brasil, mas elas existiam na armazenagem de outras culturas e acabaram migrando para a soja por duas razões principais. A primeira delas é que, hoje, nós temos um volume de produção muito grande destes grãos, que entram dentro do armazém e acabam passando de um silo para outro. Outra questão é que os grãos estão levando mais tempo na armazenagem. Tem grãos que chegam a ficar mais de um ano e meio, o que provoca um ambiente mais adequado para as pragas se estabelecerem nos armazéns. Os nosso armazéns, além de serem escassos, não têm boa estrutura para prevenir a ocorrência destas pragas. Vale este alerta porque nós temos cerca de 60 milhões de toneladas de grãos no País e isso significa muita disponibilidade de alimento para estas pragas — ressalta Lorini.






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