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Nacional
Terça - 06 de Julho de 2010 às 14:45

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Prefeitos e secretários de assistência social de 19 municípios de Alagoas recebem hoje (6) as últimas orientações para elaboração do plano de ação que dará acesso aos recursos extras liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O dinheiro será usado para reestruturar a rede de serviços e proteção social e atender as famílias vítimas das enchentes. As cidades estão em situação de calamidade pública e emergência desde junho, quando fortes chuvas devastaram o interior de Alagoas e Pernambuco.

O governo federal tem se mobilizado para auxiliar as prefeituras e ambos os Estados. No caso do MDS, assistentes sociais acompanham as equipes de gestão de crise dos governos estaduais desde a semana passada. O objetivo é orientar a utilização de R$ 8 milhões – R$ 3,765 para Alagoas e R$ 4,33 para Pernambuco – liberados na semana passada; além da antecipação do pagamento do Índice de Gestão Descentralizada (IGD), referente a maio, junho e junho. O IGD transferirá R$ 420 mil para Alagoas e R$ 1,5 milhão para Pernambuco.

Os prefeitos e secretários também recebem orientação para a estruturação de acampamentos, emissão de documentação básica e capacitação de voluntários. Muitos municípios, como Branquinha, em Alagoas, tiveram toda a estrutura administrativa destruída e assistentes sociais que trabalhavam em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) perderam tudo nas chuvas e estão desalojados. 

Nos dois Estados, são 31 municípios em estado de emergência e 27 em situação de calamidade pública. A estimativa é que 49 unidades de atendimento socioassistencial ficaram completamente destruídas. Além dos recursos extras, o MDS antecipou a data de pagamento do Bolsa Família – R$ 6,7 milhões para 67.220 famílias alagoanas e 24,6 milhões para 258.164 famílias pernambucanas. O valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – R$ 49 milhões – também está sendo pago em ambos os Estados.

Na segunda-feira (5), o ministro em exercício do MDS, Rômulo Paes, integrou a comitiva que se reuniu com os governadores de Pernambuco, Eduardo Campo, e de Alagoas, Teotônio Vilela. Ele esteve em Recife e Maceió, sobrevoou as cidades atingidas e visitou Lagoa do Mundaú, Alagoas, com os ministros Carlos Eduardo Gabas (Previdência Social), Elói Ferreira (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e representantes da Casa Civil, dos ministérios das Cidades e Desenvolvimento Agrário, Secretaria Especial de Direitos Humanos e da iniciativa privada.

Devastação – Em conversa com prefeitos alagoanos, Rômulo Paes explicou as ações emergenciais adotadas pelo MDS e falou sobre a importância da integração das ações. “Sobrevoamos vários municípios e vi muita destruição. Mas vi também muita solidariedade e muita competência”, afirmou, ressaltando a importância do esforço concentrado dos governos federal, estaduais e municipais para a reconstrução das cidades atingidas.

As histórias das tragédias são contadas pelas ruas de Maceió. O taxista José Noia mora em Rio Largo, há mais de 40 anos. Lá fica o aeroporto da capital alagoana e é lá também que o rio Mundaú se alarga antes de desembocar no mar. Ele conta que as águas subiram até 5 metros e mesmo com a defesa civil, alto-falantes de igrejas e carros de som alertando, muita gente não saiu de casa. “Não tinha chovido muito. Quando a tromba d´água chegou, veio arrastando tudo pela frente, algumas casas ficaram até sem chão”, relata. Um amigo do taxista morreu e outros dois continuam desaparecidos. Desalentado, ele mostra as fotos que tirou com o celular no município vizinho, Murici. A igreja, que fica na parte mais alta da cidade, ficou com dois metros de água e cerca de 500 casas que ficavam em volta desapareceram numa gigantesca cratera. “A força da água era tanta que a linha de trem virou um parafuso: só ferro retorcido”, conta Noia, olhos assustados de quem presenciou uma das maiores tragédias de Alagoas.






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