Três testemunhas já foram ouvidas na audiência da Justiça que analisa o pedido de indenização de R$ 1 milhão da jovem Geisy Arruda contra a Uniban (Universidade Bandeirante). A última pessoa que prestou depoimento foi um ex-segurança da faculdade, que trabalhava na noite de 22 de outubro e presenciou o momento em que Geisy foi hostilizada por outros estudantes.

A ex-aluna foi a primeira a ser ouvida pelo juiz Rodrigo Gorga Campos, da 9ª Vara Cível do Fórum de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Ela deu detalhes sobre como ocorreu a agressão dentro da faculdade, por usar um microvestido, que terminou com sua saída escoltada pela polícia.

21.jun.10/Divulgação
Justiça de SP deve decidir nesta quinta-feira se Uniban deve indenizar Geisy em R$ 1 milhão
Justiça de SP deve decidir nesta quinta-feira se Uniban deve indenizar Geisy em R$ 1 milhão



A segunda testemunha --uma amiga de Geisy-- foi ouvida em seguida.

Ao todo, serão ouvidas 12 testemunhas. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, não há previsão para o término da audiência. Apesar disso, o TJ disse que o juiz anunciou que a audiência terminará ainda hoje.

Para o advogado de Geisy, Nehemias Domingos de Melo, a Uniban foi omissa ao não debelar o tumulto e nem adotar providências internas para que ele fosse resolvido. Além disso, Nehemias argumenta que Geisy foi expulsa da universidade sem possibilidade de defesa. Em sua avaliação, "transformaram-na de vítima em criminosa."

O advogado da reitoria da Uniban Décio Machado disse que defenderá os interesses da instituição e que não vai propor acordo. O advogado da universidade Vicente Fernandes Cascione classificou de "absurdo" o pedido de indenização de Geisy.

Apelos

Geisy foi xingada nos corredores da universidade no dia 22 de outubro de 2009 por usar um microvestido rosa. O tumulto foi filmado e os vídeos acabaram na internet.

À época do tumulto, a Uniban decidiu expulsar a jovem, mas recuou após a repercussão do caso. No anúncio da expulsão, a universidade afirmou que "no dia da ocorrência dos fatos, a aluna fez um percurso maior do que o habitual aumentando sua exposição e ensejando, de forma explícita, os apelos dos alunos".