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Meio Ambiente
Quarta - 30 de Junho de 2010 às 08:20
Por: Renê Dióz

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Três grandes ocorrências já exigiram atuação de brigadistas, um em Chapada
Três grandes ocorrências já exigiram atuação de brigadistas, um em Chapada

As previsões climáticas pessimistas para Mato Grosso nos próximos meses levaram o Comitê Estadual de Gestão do Fogo a solicitar ontem que o governador decrete a antecipação do período proibitivo de queimadas do dia 15 de julho para amanhã. A proibição se estende até o dia 15 de setembro e sua antecipação é uma tentativa de conter a proliferação dos focos de calor, que até ontem somavam 10.992 no Estado - 99,16% a mais que no mesmo período de 2009.

Segundo o major Agnaldo Pereira, da Defesa Civil Estadual, o prognóstico para os próximos meses é de chuvas abaixo da média, umidade relativa do ar inferior a 30% (o percentual considerado ideal é de 60%) e temperaturas altas. São todos fatores que podem impulsionar o aparecimento de focos de calor. Além disso, Pereira lembrou que o primeiro quadrimestre do ano foi um dos mais quentes registrados no mundo.

Este ano, três grandes incêndios já exigiram a atuação de brigadistas. Um foi no morro Quebra-gamela, na região de Chapada dos Guimarães. Os outros dois foram na região de Nobres, nas comunidades Bonanza e Coqueiral. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o município de Tangará da Serra é o que mais registrou focos de calor até o momento este ano, em Mato Grosso.

A antecipação do período proibitivo é mais uma ferramenta do governo para conter o avanço do fogo. Antes disso, foi realizada a operação Fora Fogo, na qual agentes do Meio Ambiente Estadual (Sema), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros promoveram ações de prevenção e monitoramento nos 20 municípios que mais queimaram no primeiro semestre.

Agora, o governo aposta na expansão da cobertura de brigadistas pelo Estado. Está sendo estudada a criação de bases dos bombeiros em Nova Ubiratã, Colniza, Querência, Tapurah e Itanhangá. Já em Campo Novo dos Parecis, Nobres e Nova Olímpia foram formados 113 novos brigadistas para ajudar a combater o fogo. O mesmo foi feito com 15 índios da aldeia Bakairy, em Paranatinga, agora preparados para enfrentar a estiagem, que chegou mais cedo este ano, e o fogo que ela provoca.

A Defesa Civil se mostra preocupada com o clima este ano, mas pondera que o aparato de combate ao fogo hoje está muito mais robusto. Em 2007, por exemplo, quando Cuiabá se viu esfumaçada como nunca, o governo não dispunha de um sistema integrado de combate aos focos de calor. Em 2009, por exemplo, oito aeronaves estavam aptas para apagar os focos de calor em quatro bases no Estado, que teve 865.835 hectares de área queimada (a terceira maior área no país) e aplicou mais de R$ 230 milhões em multas.

Por isso o major Márcio Paulo da Silva, dos Bombeiros, acredita que a cidade não vá sofrer novamente com o mesmo cenário, a não ser que ocorra algum incêndio muito extenso em Chapada dos Guimarães e que a fumaça se acumule por conta do fenômeno de inversão térmica.






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