O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, afirmou nesta quarta-feira que existe uma tendência de crescimento das vendas de produtos manufaturados do Brasil para a China.

Segundo ele, a pauta ainda é muito concentrada em commodities, como a soja e o minério de ferro, e, portanto, há potencial a ser explorado, já que os chineses importam cerca de US$ 1 trilhão por ano.

Ramalho disse que desvalorizar do yuan não vai afetar, de forma significativa, o comércio entre os dois países. "Isso pode tornar o produto brasileiro na China mais competitivo e, eventualmente, encarecer um pouco o produto que o Brasil importa da China, mas eu acredito que não ocorrerá nada no curto e no médio prazo que possa influenciar muito o comércio bilateral".

O maior volume de importações brasileiras da China, nos últimos anos, ocorreu em 2008 (US$ 20 milhões). No ano passado, houve queda, totalizando US$ 15,9 milhões como efeito da crise financeira internacional. Mas nos primeiros cinco meses deste ano, já houve uma recuperação, conforme apontou Ramalho, com um total de US 8,7 milhões ante US$ 5,6 milhões no mesmo período do ano passado.

Já as exportações brasileiras para a China de janeiro a maio deste ano somaram US$ 10,6 milhões, acima de igual período de 2009, quando o volume atingiu US$ 8,4 milhões.

Ramalho prevê um aumento nas trocas comerciais, neste segundo semestre, e acredita que o nível do comércio bilateral cresça em nível semelhante a 2008. O secretário destacou que os intercâmbios comerciais foram facilitados com a implantação do escritório da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Pequim, no ano passado, e com a criação do Banco da China, em São Paulo.

O secretário deu as informações ao participar do encontro Brasil-China, ocorrido na Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Presente ao evento, o presidente do Banco da China no Brasil, Zhang Jianhua, destacou que a existência de uma agência do banco chinês, em São Paulo, desde o ano passado, deve cada vez mais facilitar as transações comerciais e que a instituição pode reduzir custos, dispensando a necessidade da intermediação de um outro banco para as operações.

De acordo com o secretário-geral da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, Tang Wei, o banco facilita aos importadores que podem fazer os pagamentos sem ter de recorrer a uma instituição estrangeira, frequentemente, norte-americana ou europeia, para obter carta de crédito.