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Nacional
Quinta - 17 de Junho de 2010 às 15:10
Por: João Varella

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Organizações criminosas da Europa e da Ásia montaram uma rede de tráfico de mulheres brasileiras e paraguaias para prostituição em países desenvolvidos, segundo afirma a ONU (Organização das Nações Unidas) em relatório apresentado nesta quinta-feira (17). Existe a suspeita de que russos têm papel decisivo nessa rede.

Entre 2005 e 2007, mil mulheres brasileiras vítimas de tráfico de seres humanos foram encontradas em diversos países - principalmente nos europeus, aponta o levantamento.

O estudo usa a Espanha como exemplo do crescimento da presença de vítimas brasileiras no mercado do sexo europeu. Os dados mais recentes, de 2006, dão conta de que um terço das mulheres vítimas de tráfico na Espanha eram brasileiras e paraguaias e chegaram ao país por meio dos aeroportos do Brasil. No ano 2000, as prostitutas de origem brasileira e paraguaia levadas ilegalmente à Espanha representavam 15% do total das vítimas de tráfico.

A participação das colombianas caiu: em 2000, elas representavam um terço desse mercado, enquanto que, em 2006, cerca de 10%.

Para o desembargador aposentado do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e professor de direito Walter Maierovitch, as condições econômicas dos países devem ser analisadas, bem como a demanda dos clientes da prostituição. Ele lembra que, no período analisado, a Espanha passava por um bom momento na economia.

– É notória a rotatividade na prostituição. Quem vai para um local como esse [prostíbulo] e, depois retorna e encontra as mesmas mulheres, não vai mais depois. Para não perder o cliente, eles trocam constantemente as mulheres.

O estudo não especifica quantas vítimas brasileiras são levadas para a prostituição europeia, mas pontua que 13% são latino-americanas, ou seja, 18,2 mil mulheres de um total de 170 mil prostitutas vítimas do tráfico. A maioria das vítimas sai da região dos Bálcãs, região central da Europa e Rússia, que respondem por 60% (102 mil). 

Uma estimativa do estudo aponta que, a cada sete prostitutas na Europa, uma é vítima de tráfico humano em um mercado que gira algo em torno de R$ 6,6 bilhões (US$ 3 bilhões) por ano.

A Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o relatório da ONU até receber oficialmente os dados.




Fonte: do R7

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