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Quinta - 17 de Junho de 2010 às 10:48
Por: Eduardo Bresciani

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O ex-delegado Onézimo Souza afirmou nesta quinta-feira (17) que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior lhe disse que tinha dois “tiros” contra o pré-candidato do PSDB, José Serra (SP), em reunião na qual foi tratada a suposta proposta espionagem contra o tucano. Onézimo começou a prestar depoimento nesta manhã na Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional.

O nome do ex-delegado surgiu no caso do “suposto dossiê” por sua participação em uma reunião em Brasília com pessoas que seriam integrantes da campanha do PT, Dilma Rousseff. Ele afirma que foi chamado para esta reunião para investigar vazamentos de informações da campanha. O encontro, segundo o ex-delegado, teria acontecido entre abril e maio.

Segundo Onézimo, além dele e de Amaury, estavam presentes nesta reunião o jornalista Luiz Lanzetta, empresário Benedito de Oliveira Neto, chamado de “Bené” e o ex-sargento da Aeronáutica, Idalberto Martins de Araújo, conhecido como "Dadá". O empresário, dono da empresa Dialog, teria sido apresentado como a pessoa que pagaria pelos serviços.

O convite para participar da reunião, segundo ele, veio de Idalberto, mas a ordem teria partido de Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte que atua na campanha. Onézimo ressalta, no entanto, que Pimentel não estava na reunião e que não teve nenhum contato com ele.

A assessoria de Fernando Pimentel informou ao G1 que ele confirma a nota que divulgou anteriormente onde diz que não conhece o delegado e que jamais foi informado de qualquer reunião para tratar do assunto.

O G1 procurou Amaury Ribeiro Júnior por celular, mas o aparelho estava desligado. Mas em entrevista publicada ao portal no último dia 11 de junho, o jornalista diz ter convidado o delegado para a reunião do suposto dossiê.

O G1 tentou contato com o Idalberto Martins de Araújo, mas não obteve retorno.

Onézimo disse ter ouvido de Amaury que o jornalista tinha viajado ao exterior para levantar as informações contra Serra. Seria nessas viagens que o jornalista teria conseguido as supostas acusações contra o tucano.

“Um deles ficou dizendo que foi ao exterior levantar esses dados. Ele disse que teria conseguido dois tiros fatais contra o outro candidato à Presidência da República, mas eu não me interessei sobre o assunto”, afirmou o ex-delegado.

Ele insinuou ainda que o furto de um computador de Amaury pode ter a ver com a estratégia de divulgar informações. “O jornalista Amaury, todo mundo sabe, parece que teve furtado seu computador. Onde estariam esses dados? Dias depois já apareceu algo na mídia contra a filha do candidato (José Serra)”.

Onézimo conta que recebeu uma proposta de R$ 160 mil mensais, por 10 meses, para fazer o trabalho de investigação sobre vazamentos e proteção de informações na casa em que funciona a coordenação de pré-campanha de Dilma. Ele afirmou que o acordo não evoluiu porque no meio da conversa foi pedido investigação contra Serra. 

“No decorrer da proposta teve outra proposta que eu considero indecente, que seria fazer trabalho especifico em cima do candidato concorrente. Eu bati na mesa e usei uma expressão bem característica: vocês querem editar os aloprados dois?”, afirmou Onézimo.

O ex-delegado afirmou ainda que acabou “ajudando” o PT porque após o caso vir a tona as pessoas envolvidas na tentativa de espionagem foram afastadas da campanha.

Questionado se teria gravado a reunião, Onézimo disse que preferia não responder. Ele voltou a ser questionado sobre o tema e novamente se esquivou de dar uma resposta definitiva sobre a existência ou não de gravação.

Após insistência de Álvaro Dias (PSDB-PR), a resposta ainda não foi definitiva, mas Onézimo insinuou que pode realmente ter gravado a reunião. “Como um profissional cuidadoso eu pergunto, o senhor faria?”, disse o ex-delegado ao senador.

Onézimo afirmou ainda que entre os possíveis investigados na tentativa de espionagem estariam Rui Falcão, ex-secretário do governo da prefeitura de São Paulo. Outro que deveria ser investigado seria o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).






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