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Copa do Mundo 2010
Terça - 15 de Junho de 2010 às 18:09

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Joel Silva/Folhapress
Torcedores com a bandeira do Brasil e com um cartaz do
Torcedores com a bandeira do Brasil e com um cartaz do "cala boca Galvão" durante o jogo entre Brasil e Coreia do Norte.
Galvão Bueno está mais famoso mundialmente graças ao "Cala Boca Galvao", expressão mais comentada no Twitter nos últimos dias [no momento do jogo, eram cerca de 50 novos tuítes por minutos]. Tanto que, nos primeiros segundos de jogo, foi possível ver até uma faixa [logo retirada] com a expressão que já foi citada até pelos mais renomados jornais do planeta, como "The New York Times", dos Estados Unidos, e "El País", da Espanha.

Mas por que os brasileiros pedem tanto que o narrador esportivo da Rede Globo cale a boca? Pérolas, clichês, ufanismo? Na estreia do Brasil contra a Coreia do Norte (2 a 1), Galvão poupou frases clássicas de suas transmissões, como "Quem é que sobe?" [dita apenas uma vez] ou "Sai que é sua..." [nenhuma]. Obviamente porque os norte-coreanos não levaram perigo ao goleiro Julio César. Quer dizer, levaram uma vez.

Outra expressões, porém, Galvão não economizou. Desde as quatro vezes em que disse "Bem amigos da Rede Globo", a partir das 14h15, quando a transmissão do jogo começou.

Galvão, aliás, é o termômetro do torcedor na partida. Quando o Brasil estava mal em campo, ele repetia: "Bate pro gol, bate pro gol" [fez isso seis vezes, todas no primeiro tempo]; "Tá na hora de jogar" [três vezes]; e "Prepare o seu coração" [outras três], em uma espécie de substituição do famoso "Haja coração".

Há também a categoria das frases feitas para determinada situação. Escanteio do Brasil: "Essa jogada é forte" [três veszes]; para chutes de fora da área "Solta a bomba" [outras três]; e agora é tradicional narrar gol com "Ééééé do Brasil" precedido por "Olha o gol, olha o gol".

Os nomes dos jogadores ele errou duas vezes, quando, no final do primeiro tempo, chamou Michel Bastos de Michel Alves [confundindo com o lateral Daniel Alves] e Felipe Melo de Felipe Malo.

Também errou um nome menos conhecido na abertura da transmissão, ao chamar o capitão da seleção de rúgbi da África do Sul na Copa do Mundo de 1995, François Pienaar, de Cristian. Mas logo corrigiu. E, depois, chamou "os tambores do Olodum" para dar sorte, ao vivo de Salvador (BA), como sempre.

Pérolas foram poucas. A mais dolorida aos ouvidos ocorreu no intervalo, quando pediu para os telespectadores ouvirem o silêncio no estádio: "Eu vou parar de falar e vocês ficam com o silêncio do estádio". E, por alguns segundos, mesmo sem querer, ele entrou na campanha "Cala Boca Galvao".

As frases filosóficas ficaram para o segundo tempo, já com a seleção vencendo o jogo. "O melhor psicólogo para um centroavante é a rede do adversário, não tenha dúvidas disso", filosofou Galvão Bueno, referindo-se à falta de gols de Luís Fabiano.

Depois, apenas o velho "Ergue os braços o árbitro Viktor Kassai" e fim de jogo.






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