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Agronegócios
Sábado - 12 de Junho de 2010 às 07:53
Por: Marianna Peres

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Enquanto a desvalorização ao milho é estimada em pouco mais de 10% no Brasil, em MT a perda é duas vezes superior
Enquanto a desvalorização ao milho é estimada em pouco mais de 10% no Brasil, em MT a perda é duas vezes superior

Quem achava que as perdas de renda na agricultura mato-grossense haviam chegado ao limite de baixa em abril, quando os números do Ministério da Agricultura apontavam para uma desvalorização de pouco mais de 16% para o Valor Bruto da Produção (VBP), vai se surpreender com a estimativa de maio, divulgada ontem. De acordo com a nova análise – mensalmente atualizada – a desvalorização projetada para a safra 09/10 em comparação com o realizado em 08/09 ultrapassa a casa dos 20%, um dos maiores percentuais já imputados a Mato Grosso. Com os números referentes a maio, o Estado apresenta a maior perda entre os grandes produtores nacionais, atrás somente de Roraima, cujo recuo está estimado em 75%, mas o Estado não tem tradição agrícola.

Essa desvalorização significa dizer que a renda no campo, o retorno do investimento feito pelo produtor, será menor. Em 2009, por exemplo, todas as culturas plantadas em Mato Grosso obtiveram valor de R$ 20,51 bilhões. Para 2010 o Valor Bruto da Produção, o VBP, foi reavaliado para baixo: R$ 16,35 bilhões, 20,26% abaixo do contabilizado no ciclo anterior. Essas cifras, quando comparadas ao desempenho do Estado registrado na série histórica do Mapa, revelam que o valor da safra atual vai ficar abaixo do registrado em 2005, quando o VBP foi de R$ 16,44 bilhões. No entanto, a produção de grãos atual supera em mais de 17% o volume que foi colhido naquele ano.

O efeito depreciativo sobre o VBP se espalhou por toda a região Centro-Oeste. A produção avaliada em R$ 36,95 bilhões em 2009 foi rebaixada para R$ 30,87 bilhões, queda de 16,44%. Todos os estados da região têm o mesmo cenário negativo. Mato Grosso do Sul e Goiás, importantes produtores nacionais de grãos e fibras, têm perspectivas de queda de 6,28% e 13,47%, respectivamente.

Entre as principais culturas presentes no Estado, arroz e milho têm as maiores quedas: 25% e 23,85%, respectivamente.

BRASIL – A estimativa para o VBP das 20 principais lavouras do País, em 2010, é de R$ 160,5 bilhões. Com ligeira queda de 0,19%, o número permanece no patamar de 2009 (R$ 160,8 milhões). Os maiores aumentos do valor da produção em relação ao ano passado devem ocorrer em cebola (114,8%), café (18,0%), trigo, (14,5%) e cana-de-açúcar (9,6%).

A pesquisa foi realizada a partir dos levantamentos de safra de maio, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Gasques, lembra que o ciclo 09/10 deve ficar em 146,9 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. “Uma ligeira tendência de renda menor neste ano ocorre pelos preços mais baixos de produtos agrícolas este ano, já que a produção é superior à de 2009”, explica.

Outros produtos que também apresentaram alta foram algodão, banana, laranja e soja, mas em menor proporção. No caso da soja, a elevada participação no valor total da produção representa forte impacto no resultado final estimado, apesar do menor acréscimo.

As maiores quedas no VBP devem ocorrer em oito produtos: uva (-35,2%), feijão (-25,4%), amendoim (-20,9%), pimenta-do-reino (-18,5%), arroz (-17,9%), fumo (-12,8%), tomate (-10,6%) e milho (-10,5%).

As estimativas regionais para o mês de maio mostram a mesma tendência observada em abril. A região Sul é a única com incremento expressivo do VBP neste ano, de acordo com Gasques. “Esse bom comportamento é atribuído ao aumento de valor no Paraná (21,4%) e em Santa Catarina (28,9%)”, diz o coordenador. O Sudeste deve permanecer no mesmo nível de 2009 e as outras regiões mostram desempenho menos favorável, como o Centro-Oeste.






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