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Politica MT
Quinta - 03 de Junho de 2010 às 10:06

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Fazendo eco às já notórias declarações do senador Jayme Campos, seu correligionário, o senador Jorge Yanai (DEM/MT) protestou esta semana contra o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar para a produção de etanol e açúcar na região do Alto Paraguai. O tema foi debatido durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado que foi convocada com o objetivo de debater o Decreto nº 6.691/2009, que aprova o zoneamento na região a partir da safra de 2009/2010. O Decreto estabeleceu, em 2009, a proibição do plantio da cana-de-açúcar em 81,5% do território brasileiro, incluídos os biomas do Alto Rio Paraguai, do Pantanal e da Amazônia.

Segundo Yanai, assim como a dele, muitas famílias passaram a ocupar há mais de 30 anos o norte do Estado de Mato Grosso atendendo ao chamado do governo federal, que incentivava e ocupação territorial da região. Ele disse que aprendeu a considerar a preservação do Meio Ambiente uma das coisas mais importantes, mas ponderou que é preciso olhar a situação com equilíbrio e recomendou uma reflexão maior sobre a área da Bacia do Alto Paraguai.

Ele defendeu a realização de mais estudos e discussões para que a população local não seja prejudicada com a proibição do plantio. "Existem muitas pessoas que dependem da cultura na região para sobreviver e que merecem ser beneficiadas pelos impactos positivos já aqui citados. Quanto à Amazônia e ao Pantanal, eu entendo, mas a Bacia do Paraguai abrange cerca de 5 milhões de hectares. Não há razão para que toda essa terra fique excluída da produção de cana”, declarou.

Em resposta às considerações do senador, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, disse que a área em questão está pagando o preço pela imagem negativa que se formou em decorrência dos conflitos ali existentes. "Na verdade, ainda pairam dúvidas sobre o comportamento dos sistemas produtivos na região e suas consequências”, admitiu o diretor.

Yanai manifestou satisfação com a resposta do diretor e com a dúvida que paira no governo em relação à proibição no Alto Paraguai. "Então, a constatação é de que ainda existem dúvidas? Acredito é que existam questões políticas envolvendo o tema e, daí, a maior necessidade de se revisar o Decreto, para não torná-lo injusto”, sustentou.

Também estiveram presentes no debate o chefe geral de Meio Ambiente da Embrapa, Celso Manzatto, o pesquisador João Baptista Ferraz, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), e o engenheiro da Embrapa, João Vila.






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