Os vereadores Adevair Cabral e Washington Barbosa chegam às vias de fato após uma discussão em que os ânimos estavam acirrados; ambos confirmam o empurra-empurra, mas dizem que foi só um debate
Vereadores Adevair e Washington "saem no tapa" após discussão sobre eleição da Mesa

Os vereadores Adevair Cabral (PDT) e Washington Barbosa (PRB) perderam as estribeiras, discutiram e quase chegaram às vias de fato durante a sessão desta terça, 1º de junho. A confusão ocorreu longe dos “olhos” da imprensa, durante uma reunião entre os parlamentares, que durou quase uma hora, no corredor que dá acesso ao plenário do Legislativo. Lá dentro alguns vereadores perderam a “compostura”. Teve até empurra-empurra e a turma do “deixa disso” teve que entrar na roda para evitar a troca de agressões físicas. “Chegaram apartando a nossa discussão. Acharam que estávamos nos agredindo, mas era apenas um debate”, ameniza Washington.

Adevair, por sua vez, confirma ter perdido as estribeiras e, no calor das discussões, ter “partido para cima” do colega de parlamento, ressalta, que logo em seguida se recompôs. “Não fui só eu que me exaltei. Também discutiram Ivan Evangelista com o presidente Deucimar Silva e Chico 2000 com Paulo Borges”, relata o pedetista. Apesar de muito “bate-boca”, a briga pior teria ocorrido entre ele e Washington, que preside a Comissão Especial da Lei Orgânica (LO). A confusão começou depois que Adevair questionou o fato de um dispositivo do anteprojeto encaminhado pelo presidente da comissão manter a eleição para dezembro e não setembro como havia sido debatido internamente.

“Eles mudaram a redação inicial, que marcava para setembro a escolha do novo presidente da Casa. Queriam votar a toque de caixa, sem debate e isso não aceitamos”, argumenta Adevair. Ele pontua que se excedeu no calor das discussões, mas que não ficou chateado com ninguém. “Não tem como ficar sem falar com ninguém, afinal, convivemos todos os dias, mas se ele estiver zangado comigo, paciência”, disse o parlamentar. Além de tentar alterar a eleição para setembro, os parlamentares também debateram a proposta de Antônio Fernandes (PSDB), que pretendia realizar a escolha em janeiro. “Ele já desistiu dessa ideia”, conta Washington. Após a tempestade, ao que tudo indica, na próxima terça (8), os vereadores devem aprovar o anteprojeto da Lei Orgânica, mantendo a eleição em 7 de dezembro, como é atualmente. “Vou votar para ser em dezembro mesmo. Não vou arranjar confusão por causa dessa discussão”, ressaltou Adevair, que não escondeu o inconformismo com a data.

Apesar de votar pela manutenção da data, o parlamentar diz que prefere setembro porque haveria menos interferência política externa na escolha. Se articulam nos bastidores para substituir Deucimar, Adevair, Fernandes, Washington, Borges e Clóvis Hugueney (PTB). Segundo Adevair, é natural que os debates em torno do assunto já ocorram porque é necessário “ter fôlego” para levar adiante a candidatura à Presidência da Mesa Diretora. Ele deixou o comando da secretaria de Cultura no final de abril, justamente para se articular e tentar vencer a disputa pela sucessão de Deucimar.

Washington garante que ainda nesta semana todos os vereadores receberão o novo anteprojeto completo e que ele será submetido a apreciação na terça. “Tenho certeza de que o bom senso vai prevalecer”, pontua. A partir da aprovação da proposta inicial, os parlamentares vão poder apresentar emendas e começará uma longa e polêmica discussão sobre vários itens referentes à lei que rege todos os ritos da Câmara.